Avaliação da função retiniana por meio do eletrorretinograma de campo total com protocolo fotópico estendido em pacientes com espectro da neuromielite óptica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Caravelas, Renata do Amaral Moreto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17150/tde-08022024-164035/
Resumo: Introdução: A neurite óptica (NO) é uma das manifestações clínicas mais comuns observadas em doenças desmielinizantes do sistema nervoso central como no espectro da Neuromielite óptica (NMOSD) que abrange a doença com positividade para anticorpo contra a Aquaporina 4 (AQP4+) e anticorpo contra a glicoproteína da bainha de mielina do oligodendrócito (MOG+). O dano retiniano também ocorre nestas doenças e pouco foi descrito sobre a função visual com Eletrorretinograma (ERG) e sua correlação com o dano estrutural observado pela tomografia de coerência óptica (OCT). Objetivos: Avaliar a função retiniana pelo ERG com protocolo fotópico estendido em pacientes com NMOSD. Reportar alterações estruturais da retina nesses pacientes observadas na OCT, e investigar eventuais correlações com o ERG; comparar função e estrutura da retina de pacientes com AQP4+ e MOG+. Casuística e Métodos: Foram incluídos 40 pacientes, sendo, 25 com AQP4+ (50 olhos) e 15 com MOG+ (30 olhos) que realizaram avaliação oftalmológica completa, OCT e ERG com protocolo estendido. Resultados: Houve perda na camada de fibra nervosa peripapilar (CFNp) mais acentuada nos olhos com NO do grupo AQP4+ nos setores superior (p=0,0030) e inferior (p=0,0236) do nervo óptico. Na mácula foi observado afinamento nas camadas células ganglionares (CCG) e plexiforme interna (CPI) dos olhos com NO do grupo AQP4+. A camada nuclear interna (CNI) apresentou aumento da espessura nos olhos dos dois grupos, AQP4+ e MOG+. Na avaliação pelo ERG, a onda fotópica negativa (PhNR) mostrou amplitude menor nos olhos com AQP4+, sendo a média de - 22,2 µV com DP de ± 3,0 µV, enquanto no grupo MOG+ a média foi de -36,0 µV com DP de ± 3,8 µV (p=0,0179). Houve correlação entre afinamento da CFNm e CCG com menor amplitude da PhNR. No ERG estendido, não houve diferença entre os grupos controle, AQP4+ e MOG+, porém, houve correlação do afinamento do complexo externo da retina (fotorreceptores e epitélio pigmentado) com menor valor do parâmetro x0 da colina fotópica nos olhos com NO do grupo AQP4+. Conclusões: a onda PhNR mostrou diferença entre os grupos, sendo menor a resposta em olhos com NO por AQP4+. O ERG pelo protocolo estendido não se mostrou alterado, não havendo indícios de comprometimento de fotorreceptores e camada média da retina nos olhos de pacientes dos dois sorotipos (AQP4+ e MOG+). Os dados mostraram, de forma inédita, que o fenômeno do PH não depende da função da retina interna e externa, mas resulta principalmente da camada média da retina, mais especificamente das células bipolares.