Estudo randomizado comparando pessário interno e externo no tratamento do prolapso de órgãos pélvicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Hosoume, Renato Sugahara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-22092022-163719/
Resumo: INTRODUÇÃO: O prolapso dos órgãos pélvicos (POP) é definido como o descenso de uma ou mais paredes vaginais e afeta significativamente a qualidade de vida da mulher. Os principais tratamentos existentes para POP são a cirurgia, que apresentam taxa de recorrência de até 36% e o pessário vaginal interno que tem taxa de descontinuidade de 49%. Recentemente, um pessário externo foi desenvolvido como alternativa ao pessário tradicional que é usado internamente na vagina. Esse dispositivo é composto de três partes: uma calcinha ajustável, um coxim de silicone e um absorvente. Estudos que avaliem alternativas de tratamento do POP, como o pessário externo, são de extrema importância. O objetivo do presente estudo foi comparar a eficácia na melhora da qualidade de vida, a aderência e as complicações do tratamento do POP com pessários interno ou externo após 3 meses. METODOLOGIA: Estudo randomizado paralelo 1:1 com 40 mulheres com prolapso genital estádio 2 ou estádio 3. Elas foram randomizadas em dois grupos: Grupo 1 utilizou pessário interno para tratamento (n=20) e Grupo 2 tratado com pessário externo (n=20). Foi aplicado antes do tratamento e após 3 meses questionários de qualidade de vida, além da classificação do prolapso por meio da classificação POP-Q. Cura objetiva foi definida quando o ponto de prolapso era 0 após 3 meses de tratamento. Cura subjetiva foi definida quando a reposta da pergunta específica do questionário PQOL Quanto você acha que o seu problema de prolapso afeta sua vida? era não afeta após 3 meses de tratamento. Os questionários de qualidade de vida utilizados foram o PQOL, PFBQ e o PFDI. As comparações entre grupos independentes foram avaliadas pelo teste não paramétrico de Mann-Whitney. Quando comparados grupos dependentes, o teste não paramétrico de Wilcoxon foi utilizado. Associação entre variáveis qualitativas foi avaliada pelo teste qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher. Avaliação de grupos dependentes (variáveis qualitativas), foi realizada pelo teste de McNemar. O nível de significância adotado foi de 5% para todos os testes de hipóteses. As análises estatísticas foram realizadas no software SPSS Statistics version 25 for Windows. RESULTADOS: Os grupos eram homogêneos antes do tratamento com exceção da variável gestações prévias (p=0,030) e as classificação POPQ do prolapso apical (p=0,023) que eram maiores no Grupo 2.A taxa de aderência do tratamento em 3 meses foi semelhante para os dois grupos (p=0,168). No grupo 1, houve diferenças entre as avaliações inicial e final do estadiamento POPQ em relação ao ponto Ba (prolapso anterior) e ao ponto C (prolapso apical). Após 3 meses, a taxa de cura objetiva, conforme critério estabelecido no estudo, ponto de POPQ0, foi significativamente melhor para o Grupo 1, no compartimento anterior (p=0,003), posterior(p=0.011) e apical (p=0,004). Na análise de qualidade de vida, observaram-se diferenças estatisticamente significativas entre as avaliações inicial e final dos questionários PFBQ, PFDI e PQOL para os dois métodos. Não se encontraram diferenças entre os métodos para os resultados dos escores de qualidade de vida nas avaliações iniciais e finais. Em relação à cura subjetiva, 75% das mulheres do grupo do pessário interno tiveram cura comparada com 15% no grupo do pessário externo (p<0,001). Observaram-se diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos quando foi comparado a presença de complicações, sendo maior no grupo que recebeu o pessário interno. CONCLUSÃO: Conclui-se que o pessário interno e o pessário externo melhoram a qualidade de vida de mulheres com prolapso de órgãos pélvicos. O pessário interno é mais eficaz no tratamento de mulheres com prolapso de órgãos pélvicos do que o pessário externo. A incidência de complicações foi maior nas mulheres que receberam o pessário interno, porém todas as complicações foram leves. O pessário interno alterou o estadiamento POPQ relacionado a prolapso de parede vaginal anterior e apical em mulheres com POP, o que não acontece com o pessário externo