A interface sintática e semântica na análise dos sistemas numerais do karitiana e do kamayurá

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vignado, Juliana N.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-20082019-133022/
Resumo: Esta pesquisa investiga interface sintática e semântica das construções que expressam números em duas línguas da família linguística Tupi. Os objetivos são i) propor uma análise da interface sintática e semântica da estrutura composicional dos numerais nas línguas Tupi e ii) avaliar o impacto dessa análise para a compreensão da morfossintaxe dos sistemas numéricos em geral. Foram selecionados os sistemas numéricos das línguas do karitiana (Arikém) e do kaiamurá (Tupi-Guarani). No caso do karitiana, os dados foram coletados pela autora deste projeto em uma Iniciação científica financiada pelo CNPq em 2015. No caso do kamayurá a fonte dos dados foi a Gramática do Kamayurá (SEKI, 2000). A pesquisa toma como ponto de partida as seguintes teorias: i) Estratégia de empacotamento proposta por Hurford (1987, 2006, 2010) para explicar a sintaxe da formação dos numerais nas línguas naturais. Nessa abordagem operações sintáticas expressam operações matemáticas, como multiplicação e adição, e numerais complexos são formados a partir de numerais e bases morfêmicas multiplicativas; ii) teoria Fregeana para palavras numéricas desenvolvida por Rothstein (2013, 2017) que propõe que numerais complexos são formados a partir de numerais básicos e multiplicadores lexicais <n <e, t>. As hipóteses iniciais foram: i) a estratégia de empacotamento opera na formação recursiva de numerais complexos em línguas Tupi e isso dá apoio empírico à tese de que esse mecanismo é um universal sintático que orienta a formação dos sistemas numéricos nas línguas naturais; ii) o conceito de base morfêmica multiplicativa (HURFORD, 1987,2006,2010) é compatível com o conceito de léxico multiplicativo (ROTHSTEIN, 2013). As hipóteses foram confirmadas e a análise dos dados mostrou que: i) ambas línguas expressam os numerais compostos via numerais básicos, bases auxiliares e coordenação, ii) ambas línguas apresentam estruturas aditivas nos numerais compostos e iii) a abordagem foi produtiva para elucidar a composição desses sistemas numerais.