Formas plurais: a escultura inscrita na paulistana paisagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Sanches, Maria José
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-17122024-112408/
Resumo: O estudo da escultura nos espaços públicos da capital paulista, em áreas livres de edificação, apropriadas ao uso coletivo, desenvolveu-se a partir do centro histórico, em conexões com outros espaços, sinalizados pela presença da obra de arte tridimensional que compõe a paisagem, sujeito ou complemento do lugar, onde está implantada. A metrópole polinuclear orientou diferentes périplos, roteirizados pela localização das esculturas, em exposição permanente e que fazem parte de um acervo sob a responsabilidade de departamentos governamentais, somadas às que pertencem a instituições particulares, porém, estão localizadas em áreas públicas de uso coletivo. O estudo, portanto, não se circunscreveu aos limites do centro histórico, estendendo-se a recortes espaciais: avenidas - vilas - bairros, para observar as singularidades das esculturas examinadas como elemento de qualificação da paisagem urbana. Entre esses espaços, outros poderiam integrar os roteiros, pois o critério estabelecido para defini-los pautou-se por conexões, em uma relação de contigüidade ou de contraposição, entre as esculturas apresentadas. Sujeito, ou complemento do lugar, onde está implantada a obra de arte, seja dominante ou recessiva no contexto panorâmico, ela se apresenta como um elemento sígnico em diferentes escalas que transitam dos aspectos formais aos do espaço e do tempo. São traços determinantes para a construção da narrativa orientada pela tridimensionalidade das esculturas que|estão nos espaços livres de uso coletivo, permitindo a observação com maior ou menor proximidade, a sensação tátil e as conexões com os demais elementos da paisagem, fruídos no desenvolvimento do percurso deambulatório. ) A existência das obras de arte nos espaços públicos é tradicional, é histórica e, considerada nas inflexões da arte pública, arte urbana, artecidade, artísticidade, ou expressões de significados próximos ou tangentes, que vierem a ser incluídos na linguagem escrita, denotam a preocupação com os bens que representam a cultura em desenvolvimento, desse modo, revelando o passado presente e o presente prospectivo, considerando-se as esculturas implantadas na capital paulistana dos últimos trinta e cinco anos. Essa moldura temporal não é rígida, pois o universo da contemporaneidade considera o passado e ela se abre a novas leituras da obra tridimensional, do espaço criado por ela e dos locais que lhe conferem o devido relevo na composição de um acervo apresentado ao público. As premissas que colocam em evidência a necessidade da arte e o valor que assume no cenário urbano, tanto em relação às considerações estéticas, quanto educativas, comprovam-se, por exemplo, quando se observa o Museu de Arte Brasileira Ao Ar Livre da Praça Estação Sé do Metrô; um passo a mais, na proposição da democratização da arte, com a formação continuada do Museu a Terra Aberta, ambos vinculados ao histórico da expansão das vias metroviárias, entretanto,|constituem-se como exceção. Foram os primeiros eixos condutores da construção do texto escrito que, em todo o percurso, se fez acompanhar das ilustrações que apresentam a paulistana paisagem, como texto visual. A escultura, pela própria essência, dispõe de um volume que lhe confere o devido relevo na paisagem. Assim, contém e é contida pelo lugar que a acolhe. O que parece natural, consuetudinário, dedução de um silogismo, comprova a tese dos contrários: em geral, nos espaços projetados para o uso coletivo, uma vez priorizados os aspectos qualitativos, a obra de arte aparece em desproporção numérica, nos programas em desenvolvimento, ou planejados para os espaços públicos. ) Os entraves que cerceiam a transformação dessa realidade foram detectados, nos limites deste estudo, e parece uma visão utópica a possibilidade de um programa a ser desenvolvido para toda a metrópole, sem ambivalências a priorizar um e outro espaço, para que as obras de arte - a escultura pelos fatores apresentados - estejam em público, integradas a um projeto que sociabilize o bem cultural.