Exportação concluída — 

Fotografia brasileira contemporânea a partir de Miguel Rio Branco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Bracchi, Daniela Nery
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-18052015-144956/
Resumo: Desde o final da década de 1980, um gênero de imagens denominado de fotografia brasileira contemporânea vai se delineando no campo artístico. Artistas como Rosângela Rennó, Claudia Andujar e Miguel Rio Branco produzem fotografias que se inserem no âmbito da arte contemporânea inovando no modo de construção da imagem fotográfica. O presente trabalho elege dois fotolivros de Rio Branco para investigar algumas das inovações no modo como a fotografia articula uma significação mais sensível. O ponto de vista teórico adotado para a análise dessas imagens deriva dos estudos semióticos greimasianos, que passam a dar conta desde a década de 1990 do estudo de textos poéticos que exaltam a sensibilidade. Além de uma maior consideração do corpo como base para a apreensão do sentido nos textos visuais, a semiótica avança na diferenciação de níveis de análise do texto. Tendo em vista a hierarquização proposta por Fontanille em 2007, esta pesquisa investiga as principais estratégias enunciativas empregadas por Miguel Rio Branco na construção do texto imagético, acentuando o papel da organização plástica e particularizando o papel da textura na criação de uma aproximação sensível do texto ao enunciatário. Leva-se em consideração ainda, o papel do objeto fotolivro na apreensão das imagens, como importante suporte que evoca corporalmente o observador. No nível das cenas predicativas, pontua-se algumas práticas enunciativas que vão se sedimentando ao longo do tempo na fotografia artística. A escolha de temas mais cotidianos e o retrato de objetos banais subvertem inicialmente o estatuto artístico, mas terminam por caracterizar uma postura enunciativa que convoca o enunciatário a conhecer de modo sensível a apreensão do banal. Essas estratégias demonstram, portanto, a defesa de formas de vida que prezam pela presença mais sensível do homem no mundo, valorizando o engajamento sensível de todo o corpo na relação com os objetos e com os textos artísticos. A consideração dos textos, objetos, cenas predicativas, estratégias e modos de vida permite ao analista uma visão mais ampla sobre os papéis que a imagem fotográfica perfaz. Uma análise mais aprofundada da obra de Rio Branco permite, ainda, explorar os efeitos sensíveis de estratégias enunciativas como a construção de metáforas visuais por meio de dípticos. Explora-se também, o papel da textura na exaltação da superfície dos objetos e valorização de uma sensibilidade háptica, na qual a sinestesia se torna a base para que o visual encontre relações possíveis com o tato.