Análise da estrutura atonal da Primeira Sinfonia para duas orquestras de cordas de Cláudio Santoro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Rafael Fajiolli de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-12012018-112149/
Resumo: Cláudio Santoro (1919-1989) compôs, ao todo, quatorze sinfonias ao longo de toda a sua vida. A Primeira Sinfonia para duas orquestras de cordas (1940), além de possuir uma formação instrumental curiosa, também representa uma das obras inaugurais de sua primeira etapa como compositor, procurando ao lado de Koellreutter, novos paradigmas para a composição musical de seu tempo, tendo influenciado uma geração de compositores brasileiros. Este trabalho pretendeu desenvolver uma atenta e inédita análise da Primeira Sinfonia de Cláudio Santoro, procurando demonstrar sobre qual estética atonal, sendo ela dodecafônica ou livre, a obra foi escrita. Além da identificação sugerida, propõe-se também a averiguação de possíveis hibridismos estéticos que podem ter ocorrido na Primeira Sinfonia de Santoro. A análise atenta dos movimentos que constituem essa obra, utilizando métodos como a Teoria dos Conjuntos desenvolvido por Allen Forte, a Teoria dos Contornos Musicais de Robert Morris e a relação parcimoniosa entre diferentes coleções tal como proposto por Dmitri Tymoczko, nos permitiu identificar alguns processos pós-tonais, que indicam influencias de autores como Claude Debussy, Paul Hindemith e Heitor Villa-Lobos no primeiro movimento Allegro Majestoso da Primeira Sinfonia de Santoro. A manutenção de algumas sonoridades como a coleção pentatônica, a escala de tons inteiros e a coleção acústica, são alguns dos indícios que nos permite identificar tais influencias na obra de Santoro. No segundo movimento Andante quasi adagio, podemos observar um processo serial tradicional, que se desenvolveu a partir de duas séries que se relacionam. Tal apontamento foi possível a partir do método da identificação e contagem serial, tal como proposto por autores como Kostka e Francolí. No terceiro movimento, observamos uma estrutura que é engendrada a partir de coleções simétricas como a coleção eneatônica e a escala octatônica paradigmática, além de outras formatações simétricas que ocorrem a partir de sobreposições entre camadas, procedimento que também é encontrado na obra de Villa-Lobos. Nesse sentido, a Primeira Sinfonia para duas orquestras de cordas de Cláudio Santoro, foi engendrada através de procedimentos pós tonais considerados livres e sistêmicos, sendo possível observar hibridismos estilísticos nesta obra.