Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lucas, Juliano Lima |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-13052024-152104/
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Resumo: |
A partir da constatação do pouco conhecimento disponível sobre a orquestração de Cláudio Santoro, nossa pesquisa se propôs a averiguar de que forma suas estratégias em relação ao trato instrumental realmente possuem alguma importância significativa dentro de sua obra orquestral. Por isso, tivemos como objetivo principal analisar a orquestração de sua Sinfonia n.º 11, focando basicamente, mas exaustivamente, em seu primeiro movimento, objeto exemplar para o nosso estudo. Para tal fim, empreendemos inicialmente uma ampla revisão da literatura que contemplasse as pesquisas envolvendo a orquestração como objeto de análise. Nesse passo inicial, percebemos a multiplicidade de enfoques e abordagens, os quais categorizamos como estudo de transcrições, de estilos, de relações com a forma, do uso da tecnologia e dos aspectos em torno do significado. Em posse dessas informações, apresentamos, discutimos e aperfeiçoamos (quando necessário) as várias abordagens metodológicas encontradas, o que, inevitavelmente, nos levou a percorrer gradualmente nosso próprio método analítico, amplo e inclusivo. Aprimoramos os procedimentos de redução de uma música orquestral; exploramos o conceito de metamorfose tímbrica, baseado nas variações na orquestração dos elementos musicais; progredimos nos cálculos para encontrar a complexidade dos componentes envolvidos na orquestração, fundamentados nas propostas analíticas de Guigue (2011, 2018); lançamos mão da análise das imagens de espectrogramas e de análises de frequências para verificarmos como a orquestração ou um timbre são capazes de evidenciar aspectos estruturais, motívicos ou até mesmo simbólicos da obra; e propomos o entendimento da orquestração como um signo, a partir de autores como Peirce (2017), Tarasti (2002) e Monelle (1992), que abriram as portas para uma hermenêutica ilustrada, principalmente, pelas analogias com outros sistemas de signos, como as narrativas mitológicas ou outras linguagens verbais, comportando-se basicamente como análises ficcionais, já citadas e defendidas por pesquisadores como Agawu (2004) e Guck (1994). Após esse percurso metodológico, analisamos os aspectos formais da obra com o intuito de nos aprofundarmos nas questões de sua construção e possíveis relações com as estratégias de orquestração do compositor. Culminamos nosso estudo com a análise da orquestração, propriamente dita, que contou com um olhar detalhado para as diversas estratégias de combinação instrumental encontradas, relacionando-as com as seções temáticas, mapeando-as em suas variações e estabelecendo diálogos com outras obras do próprio compositor ou de outros compositores como Ludwig van Beethoven, Richard Wagner e Dmitri Chostakóvitch. Por fim, concluímos que a orquestração de Cláudio Santoro em sua Sinfonia n.º 11 se une às funções de articulação formal, tornando-a significativa, inclusive em relação a outros parâmetros musicais, como a harmonia e a forma. |