Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Santos, Paula Victória Félix dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-11122020-120440/
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Resumo: |
Introdução: O consumo do café da manhã é conhecido por proporcionar benefícios à saúde, contribuindo para uma dieta saudável e auxiliando no controle dos fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis. O café da manhã pode ser composto por diferentes alimentos e, consequentemente, apresentar qualidades nutricionais variadas. Nesse contexto, índices de qualidade do café da manhã têm sido utilizados como métodos de mensuração da qualidade nutricional dessa refeição. No entanto, poucos estudos têm sido conduzidos para avaliar sua associação com desfechos de saúde. Objetivos: Avaliar a qualidade nutricional do café da manhã por meio do Índice Brasileiro de Qualidade do Café da Manhã (IQCM), e sua associação com fatores de risco cardiometabólico. Metodologia: Foram utilizados dados de 606 adultos e 537 idosos de ambos os sexos, participantes do Inquérito de Saúde no Município de São Paulo, ISA-Capital 2015. Trata-se de um estudo transversal de base populacional, com amostra probabilística de residentes em área urbana do município de São Paulo. Dados socioeconômicos, de estilo de vida, antropométricos e amostra de sangue foram coletados em visitas domiciliares. Informações dietéticas foram coletadas em domicílio e por telefone. A qualidade nutricional do café da manhã foi avaliada considerando recordatórios de 24 horas, e classificada de 0 a 10 de acordo com sua pontuação. Para verificar fatores associados, os indivíduos foram estratificados segundo sua categoria de qualidade do café da manhã em: baixa (0 - 3 pontos), média (4 - 6 pontos) ou alta (7 - 10 pontos). Os fatores de risco cardiometabólico avaliados foram: excesso de peso, síndrome metabólica, circunferência da cintura aumentada, pressão arterial elevada, glicose de jejum elevada, resistência insulínica, e dislipidemia. A associação do IQCM com os fatores de risco cardiometabólico foi observada através de modelos de regressão múltipla considerando o desenho amostral do estudo. Resultados: Indivíduos com maior renda familiar per capita, educação do chefe da família, idosos, com cor de pele autorreferida branca ou amarela, que nunca fumaram, e praticantes de atividade física de lazer, apresentaram uma melhor qualidade do café da manhã. A pontuação média do IQCM para a população total foi de 4,9. Idosos apresentaram a maior pontuação média (5,4), e tabagistas a menor (4,4). A maioria da população foi classificada com qualidade média de café da manhã (67%). Indivíduos com alta qualidade do café da manhã (16%) apresentaram aumento na ingestão de energia total, gramas totais de alimentos e bebidas, proteínas, ácidos graxos saturados, fibra total e cálcio, e uma diminuição no açúcar de adição, carboidratos e sódio dessa refeição. Em relação à dieta total, apresentaram aumento de ácidos graxos saturados totais, fibras totais e cálcio, IQD-R, e uma diminuição na adição de açúcar, carboidratos e sódio. Os maiores valores de IQCM se associaram negativamente com 7 dos 10 fatores de risco cardiometabólico investigados: pressão arterial (OR: 0.81; IC95%: 0.70, 0.94), glicose de jejum (OR: 0.85; IC95%: 0.73, 0.98), HOMA-IR (OR: 0.86; IC95%: 0.74, 0.98), colesterol total (OR: 0.86; IC95%: 0.76, 0.99), LDL (OR: 0.85; IC95%: 0.74, 0.97), excesso de peso (OR: 87; IC95%:0.76, 0.99), e presença de síndrome metabólica (OR: 0.82, IC95%: 0.72, 0.93). Conclusão: O Índice de Qualidade do Café da Manhã para a população brasileira se associou negativamente com os fatores de risco cardiometabólico investigados, enfatizando o papel dessa refeição na diminuição do risco de doenças cardiovasculares. |