Desenvolvimento do método indicativo de estabilidade para a Bromoprida e seus produtos de degradação aplicando princípios de Analytical Quality by Design

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Abreu, Juliana Caldeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/46/46136/tde-08112021-165735/
Resumo: O perfil de estabilidade de novos medicamentos está diretamente relacionado com a sua potência, pureza e segurança. As amostras provenientes de estudos de estabilidade devem ser analisadas utilizando um método indicativo de estabilidade. Os produtos de degradação (PD) identificados no estudo de degradação forçada são utilizados para a criação desse método, o qual pode ser desenvolvido variando-se um fator por vez, ou utilizando abordagem quimiométrica para entender como a variação nos parâmetros de entrada afetam os resultados analíticos do método. Nosso objetivo foi utilizar os conceitos de Analytical quality by design (AQbD) para explorar os princípios de separação e seletividade do insumo farmacêutico ativo bromoprida e suas impurezas, e assim desenvolver um novo método indicativo de estabilidade via UHPLC-DAD. O estudo de degradação forçada e identificação dos PD da bromoprida foram apresentados de forma sistemática. Além disso, foi apresentado um racional para cada etapa da abordagem AQbD e como essa ferramenta contribuiu para o melhor entendimento, desempenho e robustez do método. Inicialmente, o insumo farmacêutico ativo (IFA) foi submetido a diferentes condições de estresse. As vias de degradação nas quais a molécula se mostrou mais lábil (degradação ≥ 10%) foram peróxido de hidrogênio, hidrólise ácida e luz UV-A. Os PD alvo, com área relativa ≥ 0,2%, foram identificados via UHPLC-UV-ESI-QToF, sendo as impurezas BIB (4-amino-5-bromo-2-methoxybenzoic acid) e BID (2-bromo-5- methoxyaniline) formadas via degradação ácida, BIE (2-(4-amino-5-bromo-2- methoxybenzamido)-N,N-diethylethanamine oxide) via oxidação e BIC (4-amino-5- bromo-N-(2-(ethylamino)ethyl)-2-methoxybenzamide) via oxidação e fotodegradação. As impurezas BIB e BID foram adquiridas comercialmente, BIC e BIE foram isoladas atravésde HPLC semipreparativo e BIA (4-acetamido-5-bromo-N-(2-(diethylamino)ethyl)-2- methoxybenzamide), um intermediário sintético da bromoprida, foi sintetizado. A separação cromatográfica foi avaliada através de dois testes de triagem e um de otimização, incluindo na última etapa a simulação de Monte Carlo para acessar a robustez do método. A característica dos analitos foi considerada na avaliação de risco inicial, contribuindo para definir os parâmetros críticos do método (CMP). Na primeira triagem, uma ampla faixa de pH da fase móvel, solvente orgânico e seis colunas cromatográficas com seletividades diferentes foram definidos como CMPs e 87 experimentos foram realizados. A segunda triagem, com 76 experimentos, considerou os CMPs com melhor desempenho e incluiu a temperatura da coluna e duas outras colunas. O estudo final de otimização, com 42 experimentos, possibilitou o acesso a uma região de conhecimento, delimitado pela avaliação de desempenho médio aceitável e robustez para acessar a região de operação do método (MODR). O método indicativo de estabilidade para teor de bromoprida e impurezas relacionadas foi eficientemente desenvolvido, mostrando-se ser seletivo, linear (r2= 0,9999) e reprodutível, comprovando que a abordagem AQbD se destaca como uma ferramenta eficiente para detectar as limitações do método e definir a região de melhor desempenho, contribuindo para a atribuição de estratégias de controle (CS) e facilitando o gerenciamento do ciclo de vida do método. O método final apresentou as condições experimentais: coluna YMC Triart Phenyl a 30 °C, vazão de 0,3 mL.min-1, Bicarbonato de amônio 5 mmol.L-1 pH 8,9 (± 0,1) e Acetonitrila/Tetrahidrofurano (7: 3) ± 3% no modo gradiente.