Ambiente familiar, desenvolvimento e saúde mental de crianças entre 4 e 7 anos no início do distanciamento social pela pandemia da COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Taipe, Corina Milagro Mosqueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-10112022-161003/
Resumo: Com a pandemia da COVID-19, ocorreram diversas mudanças no cotidiano das crianças e dos pais, o que justifica a procura de informação sobre como foram afetadas a oferta de recursos no ambiente familiar e escolar, o desenvolvimento e a saúde mental infantil e parental. O objetivo do estudo é conhecer as alterações ocorridas no ambiente familiar e nas atividades escolares, causados pelo distanciamento social (DS) como resultado da pandemia da COVID-19 e verificar possíveis associações com desenvolvimento e saúde mental infantil e a saúde mental dos pais, bem como investigar correlações entre variáveis da criança (desenvolvimento e saúde mental) e dos pais (saúde mental - estresse, ansiedade e depressão). Trata-se de um estudo transversal, com uma amostra de 374 pais brasileiros de crianças entre quatro e sete anos, que participaram e responderam a um questionário online sobre informações sociodemográficas, Questionário de marco de desenvolvimento Infantil (4 a 7 anos), Recursos do Ambiente Familiar (RAF), Saúde Mental Infantil (SDQ) e Saúde Mental Parental (GAD-7, PHQ-2, IES-R). Para a análise estatística dos dados, utilizou-se estatística descritiva, teste t de Student, teste de Qui-quadrado, teste do Qui-quadrado de MC Nemar, teste exato de Fisher e teste de correlação de Pearson. Os resultados mostraram que durante os primeiros meses do DS os recursos oferecidos pelas famílias diminuíram em relação ao tempo anterior ao DS (p<=,002), nesse período foi observada maior presença de crianças com sintomas de hiperatividade (32,1%), comportamentos pró-sociais e pais com sinais e sintomas de ansiedade (leve = 36,1%, moderado = 22,2%, grave = 17,4%) e correlação positiva entre a realização de atividades com os pais em casa e a ansiedade dos pais. Correlações negativas entre saúde mental parental (GAD-7, PHQ-2) com saúde mental infantil (SDQ). Poucas atividades escolares também foram encontradas para as crianças que pertenciam à pré-escola em relação aos escolares (p=0,000), e as escolas particulares ofereciam maior diversidade de atividades em relação às escolas públicas (p=0,007). A oferta de recursos familiares e escolares favorece o desenvolvimento infantil, mas é possível que eventos adversos (pandemia), fatores psicológicos e emocionais interfiram nesse processo.