Caso, definitude e os sintagmas nominais no armênio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Yeghiazaryan, Lusine
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-17112010-153350/
Resumo: Este trabalho trata da organização de sintagmas nominais no armênio, revelando uma interação peculiar entre a expressão de definitude e a marcação morfológica de Caso e as conseqüências dessa relação para a organização estrutural desta língua. Mostra se que os sintagmas nominais são interpretados como definidos como resultado de atribuição de Caso estrutural, e que existe uma assimetria entre os Casos estruturais e os Casos inerentes quanto à atribuição de definitude. Como ponto de partida, discute-se o estatuto do sufixo n/y, chamado de artigo definido pela gramática tradicional do armênio. A investigação das propriedades morfossintáticas desse sufixo mostra que o mesmo é uma marca com características mistas, que atua na atribuição de definitude e Caso de uma maneira não atestada nas línguas naturais e questiona o recorte entre as funções de Caso e os meios de expressão de definitude. Baseando-nos nos trabalhos de Chomsky (1986b), Longobardi (1994) e Giusti (2002), propomos a reanálise do sufixo -n/y como uma marca de Caso estrutural, que transforma os sintagmas nominais em argumentos sintáticos, e é associada ao nível DP na estrutura frasal. Ademais, mostra-se que a ausência de marcação de Caso estrutural resulta numa série de restrições semântico-sintáticas nos sintagmas nominais (nus), a mais proeminente sendo o movimento desses sintagmas para uma posição antes do verbo, seguidos imediatamente pelo auxiliar. Isso leva a diferentes ordens superficiais para sintagmas marcados por Caso estrutural (SVO) e sintagmas nus (SOauxV). Tal evidência, junto com o quadro das características dos sintagmas nus no armênio, leva à análise dos mesmos como pseudo-incorporados, conforme proposto por Massam (2001) para o niueano, com a diferença de que o sintagma nu se adjunge à projeção funcional TP no armênio, sem passar pela operação de alçamento do predicado. Quanto à expressão de definitude nos Casos inerentes, mostramos que em contraste com os sintagmas nos Casos estruturais, que podem aparecer com ou sem marcação aberta de Caso e ter, respectivamente, leitura definida ou indefinida, os inerentes devem sempre carregar a morfologia casual e são ambíguos quanto à definitude. Nesse aspecto, analisamos as projeções nominais Genitivas e constatamos que, apesar da aparente semelhança superficial, as mesmas exibem propriedades distintas que correspondem a duas estruturas internas diferentes do sintagma nominal, viii podendo ser caracterizadas como duas classes distintas: o Genitivo Referencial, que aparece em Spec/DP e é interpretado como definido por se associar ao nível DP, e o Genitivo Modificador, que permanece no domínio do NP no percurso da derivação. As conclusões a que chegamos provam que mesmo sem possuir um artigo definido canônico, o armênio oferece evidências a favor da postulação do nível DP como universal, responsável pelas interpretações definidas dos sintagmas nominais. Nos Casos estruturais, a definitude vem da atribuição de Caso, enquanto no Genitivo (um exemplo de Caso inerente) vem da posição ocupada dentro do sintagma nominal. Por conseguinte, o presente trabalho traz uma contribuição teórica valiosa para a análise unificada das projeções nominais, além de auxiliar na elucidação de alguns assuntos empíricos controversos do armênio e abrir caminho para pesquisas futuras.