Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Arraes, Juliana Duarte |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-16012020-120827/
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Resumo: |
Este estudo apresenta e traz reflexões sobre o movimento de (re)construção metodológica do atendimento socioeducativo feito com adolescentes e jovens em cumprimento das medidas de prestação de serviços à comunidade e liberdade assistida na Unidade de Atendimento em Meio Aberto (UAMA) do Paranoá. Para tanto, realizou-se entre 2016 e 2018 uma pesquisa etnográfica de natureza interpretativa crítica, por meio de observação participante e entrevistas semiestruturadas, além de revisão bibliográfica. Para a análise dos dados obtidos, a categoria utilizada foi a práxis, segundo a qual o trabalho (ação humana) é determinado pelo contexto material, histórico e cultural em que é realizado, ao mesmo tempo que também o modifica, em uma relação dialética entre indivíduo e sociedade e subjetividade e objetividade. No caso do Sistema Socioeducativo do DF, esse contexto expressa um conjunto de contradições inerentes às \"questões sociais\", raciais e criminais, relacionadas entre si e próprias das relações de produção do estado capitalista. Tais questões, na verdade, que estão na gênese da política pública da socioeducação no Brasil, atravessaram o último século e fazem parte das instituições que a operam. Essas, por sua vez, são marcadas hegemonicamente por culturas e práticas que impõem ao cotidiano das(os) profissionais a racionalização de processos de trabalho que tende a naturalizar as contradições das questões sociais, raciais e criminais por meio da burocracia. É, então, pela práxis que enfrentamentos a esses contextos contraditórios e burocráticos são possíveis. Isso exige, no caso das(os) trabalhadoras(es) da política socioeducativa, uma compreensão reflexiva, teórica e crítica sobre a realidade, a fim de orientar novas práticas. E também lhes gera, por consequência, novos processos de subjetivação. Assim, durante a pesquisa, coloquei em diálogo as observações que fiz e as reflexões das(os) participantes sobre suas práticas na UAMA-Paranoá, com elementos estruturantes do contexto histórico, material e cultural do cotidiano de trabalho em que estavam inseridas(os). Como consequência, compreendeu-se que a (re)construção metodológica que realizavam estava implicada num movimento contra-hegemônico e propositivo que se optou por chamar de práxis do fazer socioeducativo. Esse movimento partiu da mudança da cultura de atendimento dispensada aos(às) adolescentes, jovens e famílias, mas foi além e apontou para possibilidades de enfrentamento à cultura punitivista e desumanizante do Sistema Socioeducativo, herança do sistema penal que, em especial para as medidas de meio aberto, pode ser verificada pela burocratização das relações humanas |