Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Menezes Filho, Celso Ribeiro Angelo de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17150/tde-06022023-111019/
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Resumo: |
Introdução: A catarata na infância destaca-se como a principal causa de cegueira prevenível em várias regiões do mundo. Dentre os desafios em seu manejo encontra-se a alteração refratométrica pós-operatória (myopic shift ou \"miopização\"). Poucos estudos buscam conhecer os fatores associados a essas mudanças refrativas. No presente estudo, foram avaliadas as alterações refratométricas e seus possíveis fatores preditivos em pacientes operados de catarata pediátrica. Objetivos: Avaliar as alterações refratométricas e suas associações com estrabismo e outros fatores preditivos, ocorridas em pacientes operados de catarata congênita e infantil. Casuística e Métodos: Foi realizado estudo descritivo transversal e retrospectivo de pacientes em acompanhamento no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo com diagnóstico de catarata congênita ou infantil, operados até os cinco anos de vida, entre 2010 e 2017. Os pacientes foram recrutados para avaliação oftalmológica. O histórico refracional e cirúrgico foi obtido em análise de prontuário. A \"miopização\" total foi calculada pela diferença entre o equivalente esférico da refração atual e a primeira refração pós-operatória. Regressões univariadas foram aplicadas para verificar a associação de cada fator com a \"miopização\" total. Resultados: Foram avaliados 100 olhos de 50 pacientes, sendo 81 olhos com catarata dos quais 62 (77%) eram casos bilaterais e 19 (23%) unilaterais. Dos pacientes, 23 (45%) eram do sexo masculino e 27 (55%) do sexo feminino. A mediana da idade na cirurgia foi de 7,66 (3,71 - 30,25) meses. O implante de LIO foi realizado em 59% dos olhos. A média ± DP da \"miopização\" total foi de -4,32 ± 3,25 D, sendo maior nos pacientes operados até os seis meses de vida (-5,73 ± 3,14 D). A presença de estrabismo foi observada em 74% dos pacientes. A mediana da acuidade visual corrigida para longe foi de 0,60 (0,30 - 1,00) logMAR. Os fatores preditivos estatisticamente significativos para a \"miopização\" total foram: idade na cirurgia (p=0,001), presença de estrabismo (p=0,014), afacia (p=0,006), acuidade visual corrigida para longe (p=0,002), e complicações cirúrgicas (p=0,001). Conclusões: As alterações refratométricas estão associadas à cirurgia precoce da catarata pediátrica, presença de estrabismo e às complicações decorrentes da cirurgia. A frequência de estrabismo nesses pacientes é alta e seu diagnóstico deve ser ativamente pesquisado. Estudos futuros prospectivos serão necessários para a melhor compreensão se há relação causal entre essas variáveis e a \"miopização\". |