O manuscrito Espagnol 30 e a Família do judeu Cresques Abraham: um estudo sobre as fontes da Cartografia Maiorquina. (séculos XIII-XIV)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Nogueira, Magali Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-15012014-110307/
Resumo: O Manuscrito Espagnol 30, mais popularmente conhecido como Atlas Catalão, é um objeto de difícil catalogação, mas com importância reconhecida pelas diversas áreas do saber que se debruçam sobre ele. A predominância da parte geográfica, o mapamúndi que ocupa quatro das seis folhas do Manuscrito, o coloca entre os objetos mais estudados pela Historia da Cartografia, uma vez que suas características permitem classifica-lo entre as Cartas Portulano, produto cartográfico que se tornou comum no século XIV, principalmente no comércio mediterrâneo controlado pela Catalunha, na figura de Pedro IV, de Aragão, cuja família de longa data mantinha relações com a família do judeu Cresques Abraham, possível autor do Manuscrito produzido em Maiorca e produzindo cartas Portulano com tamanha frequência que se chegou a cogitar a existência de uma Escola Cartográfica na ilha. A leitura de suas características cartográficas enfatiza a questão da técnica utilizada para a obtenção do desenho de um plano da Terra, no caso, o perfil mediterrâneo, quase com a mesma perfeição obtida com a técnica disponível hoje. As duas folhas restantes do Manuscrito são entendidas como sendo Cosmografia, uma vez que representam, em seu Calendário, a ordem aristotélica do Cosmos, além da divisão da esfera pelo ano solar. Como um manuscrito medieval, suas fontes são de difícil identificação. Por outro lado, a ausência de identificação de procedência em suas folhas favoreceu no sentido de um aprofundar-se na historia da produção cartográfica na Ilha de Maiorca durante o século XIV e na cotidianidade da comunidade judaica que o produziu. Do cotejamento entre a cotidianidade da comunidade produtora do Manuscrito com a historiografia desenvolvida pela Leitura Cartográfica resultou uma série de dados, principalmente em relação às atividades desenvolvidas pela comunidade judaica de Maiorca, materializados neste estudo que discorre sobre o Padrão Cartográfico Portulano, as fontes disponíveis na comunidade judaica e a necessidade de se considerar a unidade pictórica de um Manuscrito Medieval quando de sua leitura. Esta pesquisa busca ainda equacionar a situação histórica que poderia explicar a hipótese de existência de uma escola e de um estilo cartográfico na produção maiorquina a partir da biblioteca documentada na comunidade judaica, entendendo que parte desta biblioteca possa ter sido utilizada como fonte do Manuscrito e justificativa de seu programa pictórico, conclusão desta investigação.