Lógicas da mobilidade urbana: uma análise do discurso da grande mídia sobre a implantação de ciclovias em São Paulo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Fernandes, Pedro de Alvarenga Macedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100136/tde-20082021-204501/
Resumo: A cidade de São Paulo teve seu crescimento historicamente influenciado por interesses econômicos. As consequências desse modelo de desenvolvimento urbano são sentidas em diferentes aspectos urbanísticos e sociais da cidade, inclusive no âmbito da mobilidade urbana. Este trabalho se debruça sobre o processo de implantação de ciclovias em São Paulo pela gestão do prefeito Fernando Haddad com o objetivo de analisar a lógica institucional embutida no discurso da grande mídia acerca do tema, e colaborando para a compreensão do paradigma urbano neoliberal, seus alicerces de sustentação e os desafios explicitados em sua mudança. Orientada através da lente teórica das lógicas institucionais e pelas perspectivas marxistas da análise do discurso de tradição francesa e do direito à cidade, a pesquisa destaca cinco momentos importantes no processo de implantação das ciclovias em São Paulo, distribuídos cronologicamente no período de 2014 a 2019 e apresentados pelos dois jornais locais de maior circulação. Os resultados evidenciam nesses cinco momentos: o carro como símbolo da lógica neoliberal, a recuperação da ordem institucional do Estado e o desencadeamento de crise no campo, a resistência como evidência de posicionamento da grande mídia no campo, a tentativa neoliberal de reversão da lógica do direito à cidade, e, por fim, a abordagem das ciclovias como símbolo da lógica de direito à cidade e a apropriação neoliberal. A análise indica a existência de uma lógica neoliberal incorporada ao discurso dos grandes veículos de informação, evidenciada pela resistência à expansão da malha cicloviária em prol da manutenção do espaço do carro, a oposição a atores e grupos sociais historicamente negligenciados no processo de desenvolvimento urbano e o alinhamento do discurso a governos sucessores de Haddad, orientados pelos interesses de mercado. O trabalho oferece uma importante contribuição para uma observação mais aprofundada sobre problemas urbanos que são sustentados ou reforçados a partir de lógicas institucionais dominantes reproduzidas pela grande mídia e que representam um desafio à consolidação de políticas públicas de sustentabilidade.