Análise de microRNAs associados a pluripotência celular como biomarcadores de diagnóstico e evolução clínica em gliomas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cirino, Mucio Luiz de Assis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-29072024-090535/
Resumo: Apesar dos avanços no diagnóstico por meio de técnicas de neuroimagem, tais técnicas permanecem não específicas e os exames histopatológicos dos tumores cerebrais ainda são essenciais para o diagnóstico dos gliomas. Entretanto, a similaridade entre as células tumorais e células gliais maduras normais leva a um diagnóstico subjetivo e sem capacidade de prever a evolução destes tumores. Os exames de neuroimagem utilizados no monitoramento dos tumores cerebrais apresentam ainda desvantagens como alto custo. Há um consenso da necessidade de ferramentas moleculares para ajudar neste desafio da neuro oncologia. Pesquisas demonstraram que microRNAs séricos, em especial no plasma, são biomarcadores sensíveis e específicos para vários tipos de doenças. Muitos estudos também demonstram que os microRNAs atuam como oncogenes e supressores tumorais e pesquisas atuais descrevem que eles regulam genes específicos do fenótipo de células-tronco em vários tipos de tumores. Apesar do comportamento celular diferente, células-tronco tumorais preservam padrões de expressão semelhantes as células-tronco normais em algumas vias, sendo que esses padrões de expressão de genes, associados ao estabelecimento e manutenção da pluripotência embrionária, vem sendo demonstrado reativados em diversos tipos de tumores. Pesquisas também comprovam que nos glioblastomas, as células-tronco tumorais são responsáveis pela resistência às abordagens terapêuticas atuais (quimioterapia e radioterapia) e consequentemente, levam a pior sobrevida desses pacientes, sendo os microRNAs responsáveis por essa modulação. Portanto, os microRNAs tem se destacado na literatura por apresentarem potencial como biópsia liquida no diagnóstico, prognóstico, evolução clínica e monitoramento de respostas terapêuticas em vários tipos de tumores, entre eles os gliomas. O nosso objetivo foi analisar a expressão de microRNAs que regulam genes associados a pluripotência em amostras de fragmentos de tecido tumoral e sangue de pacientes com diagnóstico de gliomas (grau I, II, III, IV) como possível biomarcadores de diagnóstico e evolução clínica. A seleção dos microRNAs foi realizada utilizando-se recursos de plataformas de bioinformática onde foram identificamos microRNAs que tenham como alvo genes associados a pluripotência, sendo os mesmos: OCT4, SOX2 e NANOG. Para a análise da expressão dos microRNAs foi utilizada a técnica de PCR em tempo real. Nossos resultados permitem concluir que os microRNAs miR-34a e miR128a, reguladores de alvos de pluripotência, foram diferencialmente expressos entre o grupo controle e os pacientes com diagnóstico de grau IV nas amostras de sangue, o que nos permite sugerir seu potencial como biomarcadores séricos para o diagnóstico de glioblastomas. Os microRNAs miR128a e miR-200c foram diferencialmente entre o grupo controle e os pacientes com diagnóstico de grau IV nas amostras de tecido tumoral, o que nos permite sugerir seu potencial como marcador tecidual para o diagnóstico de glioblastomas. Nenhum dos microRNAs estudados miR-34a, miR128a, miR145 e miR-200c distinguiram entre os tumores graus I, II e III quando comparados com grau IV; tampouco entre tumores os graus I, II quando comparados com tumores graus III e IV, tanto no sangue quanto no tecido tumoral. Todos os microRNAs estudados miR-34a, miR128a, miR145 e miR-200c apresentaram potencial para biomarcadores de sobrevida sendo associado o aumento dos níveis de expressão com a pior taxa de sobrevida no sangue dos pacientes e nenhum dos microRNAs apresentou potencial para biomarcadores de sobrevida no tecido tumoral.