Cursos de obstetrícia em países da América do Sul: caracterização e análise da estrutura curricular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cintra, Nayara Ruiz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-24072019-132840/
Resumo: Introdução: A contribuição das obstetrizes e enfermeiras obstétricas é fundamental para a melhora na assistência à saúde da mulher, especialmente em relação às taxas de mortalidade materna, qualidade, disponibilidade e acessibilidade dos serviços de saúde e redução na quantidade de cesarianas. Daí a importância de conhecer como ocorre a formação desses profissionais. Objetivos: 1. Caracterizar os cursos de Obstetrícia de entrada direta e as instituições de ensino superior que os oferecem, nos países da América do Sul; 2. Analisar o projeto pedagógico dos cursos, especialmente sua estrutura curricular. Método: Estudo documental, descritivo-exploratório. Teve como referencial teórico o ensino por competências, apoiado pelos documentos sobre a educação e a prática profissional de obstetrizes publicados pela Confederação Internacional de Obstetrizes (ICM). Foram incluídos cursos de Obstetrícia de nível superior, de entrada direta, dos países da América do Sul, filiados à ICM em 2017. Cinco estruturas curriculares foram analisadas de acordo com uma matriz de conteúdos baseada no modelo de currículo da ICM. Para cada um deles, foi construída uma ficha com as características básicas do curso. Foi realizada análise quantitativa e qualitativa dos dados. Resultados: Foram localizados 75 cursos, distribuídos em sete países: Argentina (n=9), Brasil (n=1), Chile (n=20), Equador (n=1), Paraguai (n=6), Peru (n=36), Uruguai (n=1) e binacional Argentina e Uruguai (n=1). Entre outros dados, foi apurado que todos os cursos são oferecidos em universidades e exigem uma prova ou curso preparatório para ingresso. A carga horária dos cursos varia de 3.322 a 9.000 horas e a duração é de 8 a 12 semestres, sendo 10 semestres a mais frequente. Majoritariamente, denominam-se Curso de Obstetricia e outorgam o grau de licenciado e o título de Licenciado em Obstetrícia, Matrona/Matrón ou Obstetriz/Obstetra. É grande a heterogeneidade em relação à visão, missão e perfil do egresso. A análise das estruturas curriculares dos cursos mostrou que os conteúdos correspondem às recomendações da ICM, exceto para os módulos relacionados a habilidades básicas em saúde para parteiras, assuntos profissionais da Obstetrícia e atendimento obstétrico para mulheres que precisam se submeter a um aborto. Isto pode refletir um compromisso da educação de obstetrizes para a aquisição das competências essenciais estabelecidas pela ICM. Conclusões: São oferecidos 75 cursos nos sete países estudados e existem muitas diferenças em suas características, em particular, quanto à quantidade e distribuição geográfica dos cursos, duração, carga horária e perfil do egresso. Nas estruturas curriculares analisadas, identificou-se a quase totalidade dos conteúdos curriculares recomendado pela ICM. A principal lacuna nas ementas dos cursos se refere à competência para atenção às mulheres em situação de abortamento.