Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2003 |
Autor(a) principal: |
Souza, Luciana Gomes Almeida de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-29082003-083526/
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Resumo: |
Este trabalho emergiu de minha inquietação sobre o significado atribuído pelos pais ao cuidar de um filho com deficiência mental. Em nossa sociedade pessoas com deficiência freqüentemente são rotuladas como inferiores, anormais e sofrem diversas formas de preconceitos, muitos deles baseados em razões equivocadas sobre suas reais capacidades. A compreensão do significado atribuído pelos pais ao cuidar do filho com deficiência mental, se faz relevante diante da importância das relações estabelecidas entre pais e filhos para a saúde mental da criança e desenvolvimento de suas potencialidades. Para desvelar o significado dessa experiência existencial tomei como base o referencial teórico metodológico da fenomenologia, que se propõe ao retorno às coisas mesmas, a tirar o véu, desocultar facetas que se encontram obscuras para uma consciência no que se refere à compreensão de um fenômeno. Segundo essa proposta teórico filosófica, o fenômeno que para mim se mostrava oculto era o de cuidar do filho com deficiência mental, e a forma de alcançar alguns graus de sua compreensão foi recorrer às pessoas que vivenciam este cuidar, ou seja, os pais.A partir dessas idéias me propus a conhecer a experiência de pais de pessoas com deficiência mental, buscando compreender sua vivência de cuidado.Assim, foram entrevistados 11 casais de pai e mãe e duas mães, que tinham filhos que apresentavam algum tipo de deficiência mental, não sendo nenhum deles recém nascidos ou bebês, para que o encontro se desse com pais que já tivessem uma experiência de cuidado com os filhos, evitando os primeiros momentos de vida com o filho com deficiência, que podem ser de grande conflito para eles. As entrevistas tinham como pergunta norteadora: como vem sendo cuidar de seu filho"?. Os relatos foram analisados segundo a busca do invariante, das convergências nas descrições das experiências dos pais. Pude compreender que, para os pais encontrados, apesar deles já terem vivenciado alguns anos de cuidado do filho, a deficiência ainda se mostra como algo que tira a humanidade do filho, colocando-os em contato com a dificuldade de conceber a possibilidade de ser-com-deficiência. Entretanto, frente às dificuldades sociais com as quais se deparam, se remetem ao conhecimento experiencial adquirido através da convivência e do reconhecimento das potencialidades do filho para buscar e encontrar meios de favorecer o desenvolvimento do filho como ser humano pleno. O apego ao filho com deficiência é vivido como possibilidade de mudança de postura frente ao outro e reconhecimento da diversidade existencial humana. Pude apreender dos relatos que os pais têm se mostrado participantes no cuidado, embora com atitudes ainda permeadas por concepções onde caberia à mulher a maior parte das responsabilidades para com o filho, mas revelando percepções e vivências significativas no ser-com-o-filho. Entendo que as facetas desveladas neste trabalho poderão contribuir para a compreensão do indivíduo com deficiência como pessoa plena, expressão de uma das diversas possibilidades existenciais humanas. Unitermos: Deficiência mental, pais, fenomenologia.(FAPESP- 01/01698-4). |