Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Scabin, Nara Lya Cabral |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-26022021-224809/
|
Resumo: |
A capacidade de enunciar de acordo com as restrições de uma formação discursiva específica depende de uma competência discursiva (MAINGUENEAU, 2008), de modo que a conformação de enunciados jornalísticos sobre um tema dado deriva tanto do dizível do campo discursivo quanto de uma sintonização com aspectos mais amplos das discursividades historicamente constituídas em que a própria instância midiática se inscreve. Entendendo que um ponto de virada decisivo da discursividade política contemporânea diz respeito à centralidade adquirida por categorias identitárias, esta pesquisa tem como objetivo compreender como se dá e a quais restrições atende a construção de enunciados sobre políticas identitárias em jornais de referência brasileiros, entre 1978 e 2018. Como referencial teórico-metodológico basilar a esta pesquisa, destacamos as considerações de Dominique Maingueneau (2008) sobre o primado do interdiscurso e sua proposta de análise discursiva baseada em um modelo de restrições globais; em nosso horizonte epistemológico, ancoramo-nos na perspectiva de Michel Foucault (2008, 2012) sobre o arquivo, a constituição de a priori históricos e o poder regulatórios dos discursos. Dessa forma, direcionamos nossas indagações à própria constituição do arquivo (FOUCAULT, 2012), horizonte último da análise discursiva, relacionado às leis que regem o aparecimento dos enunciados. Como corpus de investigação, selecionamos matérias jornalísticas vinculadas a um eixo identitário específico (gênero) publicadas em três dos principais veículos representantes de uma tradição jornalística fortemente ancorada em discursos constituintes da modernidade: O Estado de S. Paulo, O Globo e Folha de S. Paulo. Assim, as análises conduzidas a partir de um conjunto de 712 textos mostrou a existência de diferentes fases nas negociações entre modelos de restrição semântica como fator determinante à formação de enunciados sobre gênero e identidade nos jornais em foco. Na década de 2010, foi possível verificar a emergência de um novo posicionamento discursivo no campo jornalístico a partir do qual se passa a enunciar desde uma perspectiva identitária. Finalmente, defendemos a importância de se considerar a mediação como processo fundamental à gênese discursiva no campo jornalístico e em universos midiáticos em geral. |