Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pires, Tom Adamenas e |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-21082019-123405/
|
Resumo: |
diversas proposições seminais da ideia de geograficidade que, ao longo do século XX e início do XXI, surgiram no contexto brasileiro e europeu. Tal recorte centrou-se na perspectiva de que um conjunto restrito de autores deu diferentes interpretações e articulações para o termo em questão, servindo então como embasamento para seu uso pelos demais pesquisadores, geógrafos ou não, nas universidades brasileiras. Partiu-se da exploração teórica de seis autores fundamentais, sistematicamente citados pelos demais pesquisadores. O belga Paul Michotte, primeiro geógrafo a utilizar o termo geograficidade, ainda em 1921, articula-o no sentido de justificar, epistemologicamente, o sentido da existência de um objeto que possa ser denominado como propriamente geográfico, i.e., que possua geograficidade. Em 1952 o francês Eric Dardel utiliza o mesmo termo, agora para apontar uma característica ontológica da humanidade, qual seja, a geografia enquanto parte fundante do ser do homem. Segue-se e, em 1979, o também francês Yves Lacoste emprega o termo para designar o campo possível de atuação do geógrafo em seu determinado contexto histórico. Momento seguinte, desloca-se a pesquisa para o contexto brasileiro, onde aponta-se a utilização e popularização do termo geograficidade por Werther Holzer, no mesmo sentido daquele proposto por Eric Dardel em 1952. Posteriormente é Ruy Moreira quem utilizará o termo, também em um debate que aproxima a geografia da ontologia, mas agora considerando-o como a condição espacial do homem ou o modo espacial da existência do homem. Enfim, em Elvio Martins encontramos a geograficidade igualmente no campo da ontologia, mas agora considerando-a como o fundamento geográfico do homem. Observados estes seis universos teóricos, a presente pesquisa se desloca para o objetivo da observação dos modos como estas teses são articuladas pelos demais geógrafos e pesquisadores brasileiros. Para tanto levantou-se a produção bibliográfica de alguns notórios programas de pós-graduação em geografia, selecionados a partir do conceito CAPES, bem como de artigos publicados em periódicos científicos de geografia, selecionadas a partir da classificação Qualis-CAPES. A busca das produções realizou em ambiente virtual on-line a partir da palavra-chave geograficidade. Procedeu-se então com a sistematização da bibliografia encontrada, no afã da observação da adequação do sentido proposto pelo pesquisador para o uso da ideia de geograficidade, com o(s) autor(es) que fundamenta(m) esta articulação. De um modo geral o que pode ser observado é uma ampla permeabilidade do termo na geografia acadêmica brasileira, mas que ainda encontra profundos desencontros entre os usos propostos para o termo e os fundamentos teóricos que se articulam, apontando para uma ainda existente necessidade de se sistematizar os debates em torno das diferentes ideias de geograficidade que circulam, ao que a presente pesquisa espera dar sua parcela de contribuição. |