Avaliação da ação anti-inflamatória, controle de dor, alterações comportamentais e efeitos adversos do uso da dipirona ou do carprofeno em modelo de monoartrite aguda em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pereira, Marco Aurélio Amador
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
CFA
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-24062024-114814/
Resumo: A dipirona tem um mecanismo de ação complexo, relatando-se envolvimento com os sistemas opiodergico, canabinoide e sobretudo ação sobre as ciclooxigenases, razão pela qual muitos autores a classificaram como anti-inflamatório. Entretanto, nenhum estudo avaliou de forma correspondente esta ação. Assim sendo, para explorar os mecanismos anti-inflamatórios bem como suas respostas terapêuticas desenvolveu- se modelo de artrite aguda em ratos, os quais foram posteriormente tratados com dipirona em uma dose baixa (DL) (177,8 mg/kg, a cada oito horas), ou dose alta (DH)(500 mg/kg, uma vez ao dia), carprofeno (10 mg/kg uma vez ao dia) e tramadol (17,8 mg/kg a cada oito horas), administrados pela via subcutânea. Ratos Wistar machos foram submetidos à indução de artrite no joelho direito por meio de injeção intra-articular de mBSA/CFA, complementada por um reforço de mBSA. Os animais foram distribuídos em grupos controle, indução e artrite, com avaliações estendendo- se até o oitavo e décimo terceiro dias para os grupos de indução e artrite, respectivamente. Análises histológicas e imuno-histoquímicas revelaram um influxo de células inflamatórias, destacando um aumento na presença de macrófagos CD68+. Houve aumento do metabolismo intra-articular da glicose via [18F]FDG-PET/CT em todos os grupos em comparação ao controle. As concentrações de PGE2 e fibras de colágeno I aumentaram no joelho inflamado de ambos os grupos com artrite. Foram observadas alterações clínicas temporárias, como claudicação, perda de peso, redução do desempenho na construção do ninho e aumento dos escores de dor. Quando avaliados no campo aberto, o grupo controle demonstrou diminuição progressiva na "distância percorrida" e na "velocidade" e sua frequência de "mudança de área" foi menor que o grupo da artrite induzida (AG). Porém, demonstrou maior frequência de se levantar do que AG em todos os momentos. Concluímos que o modelo gerou artrite inflamatória aguda cuja dor foi controlada pelo tratamento com tramadol. No 2ºartigo, os tratamentos com dipirona apresentaram redução da inflamação e aceleração do processo de reparação sinovial das fibras colágenas tipo I, assim como observado com carprofeno. A atividade celular avaliada por [18F]FDG- PET/CT foi reduzida após dipirona, mas não com carprofeno. Entretanto, o carprofeno apresentou menor valor de escore histopatológico, o único que não superou o do controle. As concentrações de PGE2 foram significativamente maiores nos ratos tratados com tramadol em comparação ao grupo controle. Nenhuma diferença foi detectada entre os grupos na claudicação, escore de inflamação, resgate analgésico, construção de ninho e efeitos adversos. O ganho de peso foi reduzido em todos os grupos em alguns momentos coincidindo com a redução da ingestão alimentar. A ingestão de água aumentou no grupo controle no D10 ao D11 e no grupo DH no D9 ao D12. Os grupos dipirona apresentaram aumento do comportamento de "grooming" às 4h sendo que o grupo DH também às 24h. O grupo controle apresentou redução progressiva do movimento no teste de campo aberto. Após 2 horas da administração de dipirona ou carprofeno, observou-se o mesmo comportamento, além de redução na frequência de se levantar. Nos dois grupos de dipirona também houve diminuição do comportamento exploratório. Porém, nas avaliações seguintes, observou-se aumento gradativo de todos os parâmetros e redução progressiva do tempo na periferia, o que não ocorreu no grupo carprofeno. Os grupos DL e DH apresentaram menor movimento e comportamento exploratório que nos grupos controle, tramadol e carprofeno às 2h. Os grupos controle e DH apresentaram menor inibição da atividade gástrica da COX-1 quando comparados aos animais que receberam tramadol e carprofeno. Concluindo, os resultados sugerem que a administração de dipirona, em doses baixas ou altas, pode reduzir a inflamação e acelerar o reparo sinovial em um modelo de artrite aguda em ratos induzida por mBSA/CFA, contribuindo para o controle da inflamação articular.