Empregabilidade: versões e implicações. Uma leitura desde a Psicologia Social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Perez, Erico Renteria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-12022009-143157/
Resumo: Transformações velozes e imprevistas nas organizações e no trabalho devido ao desenvolvimento tecnológico associado ao processo de globalização e à sociedade do conhecimento, demandam uma reflexão que liga a tendência a diminuição estrutural de vagas de emprego e a consolidação de outras modalidades de trabalho às diferentes implicações do trabalho como atividade humana de caráter econômico-produtivo. Esta relação requer respostas atualizadas já que os pilares sólidos de estabilidade tendem a desaparecer com e gerar implicações importantes para as pessoas, não só no nível simbólico, mas também no nível pratico de suas vidas. As representações sociais do trabalho, no século XX, como emprego e da organização como empresa estável, devem ser revistas à luz da variedade de opções de relações contratuais e multi-emprego, ao lado de teorias sobre aspectos psicossociais do trabalho e das organizações. A empregabilidade como recurso para a justificação de condições particulares de entrada, permanência e saída do mercado de trabalho formal, é tomada como conceito para a compreensão e explicação da problemática da relação Pessoa-Mercado de Trabalho. A revisão de literatura não apresenta um reconhecimento explícito de aspectos estruturais e centra a atenção sobre a responsabilização das pessoas a nível individual. A versão dos atores implicados concretamente nessa interpretação tem sido pouco explorada parecendo ser coincidente com os discursos hegemônicos, na medida em que tais atores são considerados de baixa empregabilidade, então reproduzem os ditos discursos porque tem sido difícil suas possibilidades de acesso ao mercado de trabalho, principalmente se o plano macro-estrutural for considerado. Desde uma Psicologia Organizacional e do Trabalho é importante perguntar sobre alternativas para tais problemas novos que vão além das relações típicas tradicionais. Este estudo se apoiou nabordagem discursiva para conhecer as versões de sujeitos pertencentes a três categorias de atores implicados no mercado de trabalho: Empregadores (pessoas que decidem o ingresso ou permanência de outros), Profissionais considerados de Alta Empregabilidade (com mais de três opções de trabalho por ano) e Profissionais de Baixa Empregabilidade (com baixo interesse no mercado porque têm dificuldades para se manter ou ingressar no setores nos quais estão interessados e que têm interrupções de mais de três meses ou trabalhos abaixo de suas qualificações). Os dados foram coletados a través de entrevistas semi-estruturadas, e a análise foi feita através da abordagem das práticas discursivas e produção de sentidos. O confronto entre o conteúdo da literatura especializada e os conteúdos produzidos pelas entrevistados dificultou a promoção de uma leitura crítica sobre os discursos hegemônicos porque a ligação de referencias tais como identidade, comprometimento, contrato psicológico e carreira com o trabalho segue integrada aos repertórios sociais amplos em relação aos quais nem todas as pessoas estão preparadas para se diferenciar ou se opor.