Estudo morfológico comparativo do inchaço do quarto dedo das rãs-de-veneno e seus parentes (Amphibia: Anura: Dendrobatoidea)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cavalcanti, Isabela Rodrigues de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-13122018-152050/
Resumo: A pele dos anfíbios possui uma grande diversidade de glândulas responsáveis por diversas funções. Glândulas cutâneas sexualmente dimórficas (GCSDs) são geralmente encontradas em machos e podem formar macroglândulas conhecidas como regiões \"inchadas\". Dendrobatoidea é o único clado de anfíbios em que machos adultos possuem um inchaço no dedo IV, supostamente associado ao amplexo cefálico que também é exclusivo da superfamília. No entanto, poucos estudos referentes a este caráter foram realizados e sua histologia nunca foi examinada. Buscamos caracterizar as morfologias do inchaço, avaliar a distribuição anatômica de suas glândulas e realizar sua análise taxonômica. Observamos as morfologias externa e interna das mãos de machos e fêmeas adultos e juvenis de 27 espécies da superfamília e fizemos a histologia das mãos de todos os indivíduos para comparar os dedos e os tipos glandulares presentes neles. Realizamos análises histoquímicas para diferenciar e descrever os tipos glandulares encontrados e para determinar se encontramos GCSDs na região do inchaço, analisamos também a pele do dorso de alguns dendrobatóideos. Encontramos glândulas granulosas e mucosas comuns no dorso e nos dedos de todos os indivíduos. Exclusivamente nos machos adultos com o inchaço, encontramos glândulas mucosas especializadas de tipos I, II e III no dedo IV. Glândulas de tipo I estão presentes em todos os machos que apresentam o inchaço do dedo IV, de tipo II estão restritas aos Dendrobatidae e de tipo III ocorrem apenas em Anomaloglossus stepheni. Observamos ainda que machos de espécies anteriormente codificadas sem o inchaço possuem o inchaço no dedo IV e corroboramos a existência do caráter pela presença dos tipos glandulares descritos. Segundo nossa amostragem, a presença do inchaço e de glândulas de tipo I no inchaço é uma sinapomorfia de Dendrobatoidea, com ausência secundária nas espécies que não possuem o caráter. A presença de glândulas de tipo II é uma sinapomorfia de Dendrobatidae, com perdas independentes em duas espécies e a presença de glândulas de tipo III é uma autapomorfia de An. Stepheni. Trazemos, portanto, informações que poderão guiar estudos em diversos campos como: comportamento reprodutivo, bioquímica das secreções glandulares e taxonomia dos dendrobatóideos