O Impacto da funcionalidade pós acidente vascular cerebral (AVC) na mortalidade em curto e longo prazo: Estudo Mortalidade e Morbidade do AVC (Estudo EMMA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Goes, Ana Cristina Gusmão de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-29012025-131718/
Resumo: Introdução: Na América Latina, o acidente vascular cerebral (AVC) é a segunda principal causa de morte e incapacidade, sendo o Brasil um dos principais países mais afetados pelo AVC. Diante deste contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o valor preditivo das escalas utilizadas na prática clínica: Rankin-M (avaliação de funcionalidade: Escala de Rankin modificada), e o índice de Katz-M (Atividades de Vida Diária (AVD): Escala de Katz modificada) na sobrevivência de indivíduos de nível socioeconômico médio-baixo acometidos AVC participantes do Estudo de Mortalidade e Morbidade do AVC (EMMA). Métodos: Numa amostra de 760 indivíduos (idade mediana 66 anos [intervalo interquartil, IIQ:56-75], 56.4% mulheres) as escalas Rankin-M e índice de Katz-M foram aplicadas 1 e 6 meses após o AVC. Foi investigado o valor prognóstico dessas escalas em relação à mortalidade por todas as causas em até 12 anos de seguimento. Estatística: Para cada escala (Rankin-M e índice de Katz-M) foram calculadas as respectivas Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier e modelos de regressão logística de Cox ajustados, considerando covariáveis que podem ter efeito variável com o tempo, para estimar as razões de risco (RR) com intervalo de confiança (IC) de 95% na amostra total e por sexo. A capacidade prognóstica dos modelos ajustados foi calculada para cada escala por seis medidas diferentes. Os seguintes modelos de regressão foram apresentados Modelo 1 (sem ajuste), Modelo 2 (ajustados por idade e sexo) e Modelo 3 (ajustes adicionais por escolaridade, estado civil, hipertensão, diabetes, dislipidemia, fibrilação atrial, tabagismo, subtipo de AVC, AVC recorrente (no início do estudo) e uso de medicamentos para os principais fatores de risco cardiovascular). Resultados: Após 12 anos de seguimento (mediana de dias de sobrevivência: 7,3 anos), 311 participantes evoluíram a óbito. As curvas de probabilidade de sobrevivência global (toda amostra e por sexo) mostram que quanto mais elevados os níveis de dependência 1 mês após o AVC, mais baixas foram as taxas de sobrevivência (todos os valores de p log-rank <0,0001). Esses achados foram confirmados em todos os modelos de regressão de Cox para ambos os sexos, particularmente em homens que apresentaram maior nível de dependência para as AVDs e incapacidade grave por Rankin-M que apresentaram os maiores RR para morte nos modelos multivariados [RR: 3,34 (IC 95%: 2,27-4,92) e RR: 4,94 (IC95%: 3,15-7,75), respectivamente]. Conclusão: Tanto o índice de Katz modificado quanto a escala Rankin-M foram bons preditores de mortalidade em longo prazo, demonstrando grande importância para orientar a reabilitação funcional de pacientes com AVC