Representações da modernidade brasileira na canção: o caso de Clara Crocodilo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pires, Pedro Giovanetti Cesar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-06122019-170717/
Resumo: O presente trabalho procura desvendar como a noção de modernidade brasileira foi representada em momentos chave da canção nacional, tendo o álbum Clara Crocodilo (1980), de Arrigo Barnabé, como ponto de partida para a pesquisa de períodos anteriores. Procuramos clarificar quais são as linhas de força da canção que se fazem presentes neste álbum, assim como qual é a representação de modernidade nele articulada, para então reconstruir como tais linhas se desenvolveram em momentos precedentes, a saber: o samba dos anos 1920 e 1930, a bossa nova, a canção engajada dos anos 1960 e a tropicália. O que chamamos de linha de força são: a representação do popular, a aspiração pela modernização como superação do subdesenvolvimento e a posição da canção na esfera pública. Nosso objeto de pesquisa é, em primeiro lugar, as próprias canções, entendidas aqui como uma prática de representação. Mas também procuramos reconstruir a dinâmica social e política na qual essa prática estava inserida, sem a qual ela é incompreensível. O interesse pela canção como prática de representação advém da grande importância que essa forma artística teve na sociedade brasileira: seja porque até meados do século XX a maior parte da população esteve excluída da cultura letrada (analfabetismo), seja por conta do ataque da ditadura militar às organizações políticas de esquerda ter feito da canção, até o AI-V em 1968, um espaço privilegiado para o engajamento civil. Nossa hipótese é que o álbum de Arrigo Barnabé é revelador de uma crise não apenas da aspiração pela modernização da sociedade brasileira, mas também de um nicho da canção brasileira: de sua capacidade de articular um discurso global a respeito do Brasil, da sua posição ante a reorganização da indústria fonográfica, da sua posição ante o popular.