Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Consolim, Marcia Cristina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-18032008-150141/
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Resumo: |
Este trabalho analisa o surgimento da \"psicologia social\" francesa na última década do século XIX, através de seus representantes mais conhecidos, Gabriel Tarde (1843-1904) e Gustave Le Bon (1841-1931), mas também de autores que, pertencentes ao mesmo meio, mantiveram com eles afinidades intelectuais, sociais e teóricas. Parto do princípio de que o estudo de um determinado tema, mesmo que não institucionalizado, como é o caso da \"psicologia social\", deve ser compreendido a partir da estrutura do campo intelectual no período, no caso, em processo de autonomização e profissionalização a partir dos anos 80. Isso significa que, no campo disciplinar, a grande referência é o corte entre o pólo universitário e o pólo \"livre\", o que predispôs a disputas diversas por cadeiras e cursos por parte dos representantes das várias matérias ainda não institucionalizadas. A \"psicologia social\" é uma dessas matérias que têm vigência e legitimidade restritas a um determinado grupo e período da história do campo, ou seja, é uma matéria típica de posições intelectualmente dominadas, não universitárias, e cujo fim era o combate pela ascensão à universidade contra o seu principal concorrente, a sociologia durkheimiana. Dado o caráter fluido das definições disciplinares, defino o campo das \"ciências sociais\" pelo combate entre as disciplinas novas - a economia, a psicologia e a sociologia - e delas com as antigas disciplinas - a história e a filosofia - e identifico duas grandes correntes e práticas nas ciências sociais \"livres\": a que pertence ao poder social e a que pertence ao poder intelectual. Em segundo lugar, mostro como essas posições extra-universitárias correspondem a estratégias no campo editorial, tendo em vista que as editoras, revistas e coleções congregaram os grupos interessados nesse combate. Concluo que a \"psicologia social\", por não ter conseguido se instituir como disciplina universitária nesse período, teve sua sobrevivência condicionada à constituição de um público não universitário, através de coleções, de revistas ou de instituições \"livres\" de ensino. Dada a falta de credenciais acadêmicas, a sobrevivência desses grupos no campo intelectual exigiu um investimento brutal em relações sociais. Como corolário desse processo, as representações tenderam a valorizar seja a função técnica seja a missão cultural das ciências sociais em detrimento de sua autonomização no campo científico. É por essa razão que a \"psicologia social\" hipostasiou o papel das elites e da liberdade individual contra as multidões e as determinações coletivas, elaborando uma representação invertida da posição que esses autores ocuparam no campo intelectual. |