Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Saffiotti, Allan |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-24072017-182532/
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Resumo: |
Esta pesquisa tem a intenção de, referenciada no campo da psicologia social e nos debates que envolvem políticas públicas, saúde mental e saúde coletiva, investigar os modos como os trabalhadores de saúde mental desenvolvem suas práticas nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) a partir do entendimento de território como ethos. Parte-se do testemunho do uso polissêmico e reificado do termo território por trabalhadores e gestores, bem como da consideração da cidade como o campo, por excelência, da produção de vida e das articulações em rede dos diferentes dispositivos de assistência. Como metodologia optou-se pela descrição densa da experiência profissional do pesquisador e da escuta da experiência dos trabalhadores de CAPS. Este dispositivo foi eleito pela constatação da importância que assumiu para a política nacional de saúde mental, escolhido pelas políticas governamentais como eixo da reforma psiquiátrica e com a tarefa de transformar os modos de relação entre loucura e sociedade. Optou-se pelo Grupo Operativo enquanto instrumento para investigação da experiência dos trabalhadores, que permitiu a emergência, nas discussões, das noções de território, práticas construídas a partir dessa noção e na relação da equipe com o serviço, com os usuários. Foram estudados cinco grupos em quatro CAPS de diferentes regiões da cidade de São Paulo, propondo-se como tarefa Falem sobre como se trabalha neste CAPS considerando a política atual de Saúde Mental. Na análise das falas buscou-se estabelecer uma relação dialógica entre a experiência desses trabalhadores, seus pontos de vista, em comunicação com a experiência do pesquisador e também com o entendimento dos autores que nos orientaram bibliograficamente. Assim, teceu-se um diálogo entre as narrativas dos trabalhadores e os autores eleitos nesta pesquisa, a fim de compreender como esses profissionais construíram suas próprias práticas e o que influenciou este processo. Na fala dos trabalhadores, os CAPS têm ocupado um lugar centralizado no cuidado oferecido aos sujeitos em sofrimento psíquico, principalmente pela dificuldade dos dispositivos da rede da saúde em acolhe-los em suas necessidades. Percebe-se a rede de saúde como ainda incipiente e com vazios entre os serviços e, além disso, a rede de atenção psicossocial ainda não dispõe suficientemente de outros serviços importantes em se tratando de produção de vida. Mesmo com o tensionamento para burocratização dos serviços, os trabalhadores têm se empenhado em criar ações pautadas pela realidade psicossocial dos sujeitos e das potencialidades dos territórios onde se encontram. Entretanto, esse manejo é limitado: as condições em que os serviços estão inseridos os levam ao cansaço, sofrimento e desanimo. A noção de território mostrou-se polissêmica: área geográfica, rede de saúde, território afetivo, entre outros, sendo área territorial adstrita o sentido mais comum; em algumas circunstancias a polarização dentro-fora levava a ações burocratizadas. A partir desses diálogos foi se elaborando a noção de território como um ethos, que seria um modo de habitar o mundo que orienta o cuidado no sentido de se colocar como presença humana diante do outro, apoiando a construção de outras moradas possíveis para esses sujeitos em um movimento de subjetivação com o outro |