Performances do professar: todo professor tem um pouco de ator

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Braga, Pedro L
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-03102019-161722/
Resumo: Este texto disserta sobre as performances do professar, isto é, sobre as diversas maneiras através das quais os professores representam ou performam o seu papel social na escola. Ensinar é uma performance (Schechner, 2002, 2010; Pereira, 2010, 2013; Icle, 2010, 2013) e performar o ensino é ativar o processo de construção do conhecimento, através da agência dos corpos, em seus gestos, olhares, voz, ocupação do tempo e do espaço públicos em sala de aula. Partindo da provocação de Suassuna de que todo professor tem um pouco de ator, essa dissertação vale-se de pesquisa qualitativa e, através de revisão bibliográfica, entrevistas e de hermenêutica comparativa, investiga algumas dimensões estéticas da aula enquanto experiência: o corpo do professor como subjetividade encarnada (Pineau, 2010, 2013); a aura (Benjamin, 2009, 2013) do professar e a construção da sua autoridade; as performancespalestras e a Transpedagogia (Helguera, 2010, 2011) como gêneros híbridos de arte e ensino. Performance e Ensino são ambos vistos aqui como desdobramentos de processos miméticos, dramas sociais e rituais liminares (Gusdorf, 2003; Wulf, 2005, 2013; Turner, 2013; McLaren, 1991, 2002), variações de uma raiz antropológica comum, cujo cerne é a necessidade humana de narrar a experiência para aprender com o passado e superar a morte. Valendo-nos sempre de um pensamento fenomenológico (Merleau-Ponty, 1999, 2004) e Crítico (Hooks, 2018; Freire, 2011; Racière, 2002, 2009, 2017) sobre a educação e a arte, o que se busca, em última instância, é propor, como professores, reflexões para que possamos não apenas sobreviver às opressões da escola, mas também reinventar os modos de fazer uma educação como prática da liberdade. Ao cabo, veremos que a provocação de Suassuna tem sustentação teórica e pode ainda apontar caminhos para uma nova estética pedagógica, que passe pelo corpo e por novas maneiras de performar o ofício do professor.