O Orixá que dança é um corpo negro em movimento: uma etnografia sobre existências e resistências negras gaúchas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Leandro Barbosa dos
Orientador(a): Silva Neto, Francisco Luiz Pereira da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9359
Resumo: Ao analisar o passado escravagista brasileiro pode-se tensionar diferentes questões étnico-raciais que pautam a construção da nação. É perceptível a forte influência africana no processo de formação da cultura afro-brasileira. Através do tráfico negreiro, milhões africanos deixaram o continente, sendo conduzidos involuntariamente para o Brasil a fins de exercer o trabalho compulsório. Para abranger-se o impacto e complexidade, faz-se necessário estudos que possibilitem a compreensão destes corpos e culturas negras resistindo frente ao racismo estrutural contemporâneo, consequência de processos históricos de escravização em nossa sociedade. A presente pesquisa pretende promover uma reflexão que analisa alguns processos de resistência individuais e coletivos na constituição do corpo negro e seus territórios. É a pretensão de explorar as questões concernentes aos chamados estudos afro-brasileiros, especialmente no que diz respeito a cultura mítica, com noção própria de tempo, importante produtora de performances em distintas religiões e práticas culturais oriundas da matriz africana Brasileira. Através da observação e trabalho de campo percebeu-se distintas mediações que criam as condições para aquisição deste corpo negro que resiste. Mediações estas, que se manifestam em controvérsias que constroem sentidos do/para mundo. Para ação em campo foi fundamental o aprendizado por meio da afetação, pois esta é a possibilidade de distinção dos conhecimentos que nos fazem perceber a intensidade e amplitude do tema. A magia do ritual se referência por meio do corpo, é no corpo mítico do orixá que os corpos dos presentes se constituem. Não somente a dança, mas uma composição entre música e movimento que produz a energia e desígnio. Esta pesquisa foi desenvolvida nas regiões de Porto Alegre e Pelotas, RS, Brasil, levando em contas as características e histórico da região, e pela forte presença de descendentes de escravizados, casas religiosas e praticantes de religiões afro-brasileiras.