Análise do custo-efetividade da Iniciativa Hospital Amigo da Criança na promoção da amamentação e redução da mortalidade infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Osvaldinete Lopes de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-22022019-151700/
Resumo: INTRODUÇÃO: O aleitamento materno (AM) é a prática com maior impacto na prevenção de morbimortalidade infantil. A Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) é uma estratégia com forte repercussão na promoção da amamentação e seu custo pode justificar uma análise econômica em saúde. OBJETIVOS: Avaliar o custo-efetividade da IHAC na promoção do aleitamento materno exclusivo e na redução da mortalidade infantil no município de São Paulo. METODOLOGIA: Estudo de avaliação econômica com dados de uma coorte prospectiva realizado em seis hospitais públicos em São Paulo/SP. O grupo intervenção foram três Hospitais Amigos da Criança (HAC) e o grupo comparação três Hospitais não Amigos da Criança (NHAC). A efetividade da IHAC foi avaliada mediante os desfechos intermediários: Amamentação na primeira hora de vida (AMPH), AM e Aleitamento materno exclusivo (AME) e pelos desfechos finais: casos evitados de mortes neonatais tardias, mortes em menores de seis meses e internações hospitalares; estes foram estimados mediante a Fração Preventiva (FP) para mortalidade neonatal e internações hospitalares, e pela Proporção de Redução de Risco (PRR) para mortalidade infantil em menores de seis meses. Foram calculados os custos médios de parto, segundo tipo e tempo de internação por microcusteio, considerando os itens: medicamentos, insumos, exames e recursos humanos para a obtenção da Razão Custo/Efetividade (RCE) e da Razão Custo/Efetividade Incremental (RCEI). Foram aplicados testes para comparação de proporções e médias, regressão de Poisson ajustada por idade e escolaridade maternas (nível de significância de 95% (?=5%)) e análise de sensibilidade univariada e determinística para avaliar a robustez dos resultados da RCEI. RESULTADOS: Incluíram-se 969 mães na primeira entrevista, 902 na segunda e 814 na terceira. Entre as crianças nascidas em HAC as prevalências de amamentação foram maiores em todos os indicadores comparadas às nascidas em NHAC: 30,7% maior para AMPH; 1,2% na AME aos 30 dias; 7,2% no AM e 21,9% no AME aos 6 meses de vida, onde o incremento da AMPH apresentou diferença estatisticamente significativa. Após o ajuste das variáveis foram associados negativamente à AMPH: nascer em NHAC (RP1,29 IC1,04-1,59) de cesárea (RP1,90 IC 1,53-2,36) e não fazer o contato pele-a-pele (RP4,13 IC 2,38-7,13); ao AME aos 30 dias associou-se negativamente a mãe ter tido dificuldade para amamentar (RP1,38 IC 1,03-1,85), não viver com companheiro (RP1,46 IC 1,08-1,96), não ter recebido apoio no AC (RP1,40 IC1,01-1,95) não cumprimento do passo 6 (RP1,86 IC 1,36-2,55), não cumprimento do passo 9 (RP1,95 IC 1,32-2,88) e criança usar chupeta (RP1,84 IC1,39-2,42). Ao AME aos 180 dias foram negativamente associados o uso de chupeta (RP 1,19 IC1,02-1,39) e o trabalho materno remunerado (RP1,27 IC 1,08-1,49). A IHAC foi muito custo-efetiva em promover a amamentação e custo-efetiva ao reduzir 13% das mortes neonatais tardias e 3,8% de internações hospitalares. CONCLUSÃO: No contexto brasileiro, a IHAC foi custo-efetiva em promover a amamentação na primeira hora de vida, em reduzir a mortalidade neonatal e o número de internações hospitalares. Tais benefícios reforçam a importância desta política ao contribuir para a sobrevivência infantil, justificando os investimentos requeridos para sua expansão e fortalecimento.