Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1997 |
Autor(a) principal: |
Cordeiro, Zilton José Maciel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20200111-143828/
|
Resumo: |
A espécie Mycosphaerella musicola Leach (forma anamórfica Pseudocercospora musae (Zimm) Deighton) é o mais importante patógeno da bananeira no Brasil, causador da doença mal-de-Sigatoka, Sigatoka amarela ou cercosporiose. Apesar da importância do patógeno em estudo, nada se conhece sobre a sua variabilidade patogênica e pouco se conhece sobre a interação patógeno-hospedeiro no que diz respeito à resistência. Com base nestas observações, elaborou-se o presente trabalho com objetivos de avaliar a presença de variabilidade patogênica entre isolados de M. musicola, avaliar e caracterizar a resistência induzida em variedades de banana, suscetíveis ao mal-de-Sigatoka, quando inoculadas com raças incompatíveis de M. musicola e/ou quando inoculadas com raças compatíveis, mas mantidas em ambiente impróprio ao desenvolvimento da doença; avaliar a resistência genética à Sigatoka amarela apresentada por diferentes genótipos de bananeira e chegar a uma metodologia de avaliação da resistência, capaz de substituir a tradicional avaliação de campo. Os ensaios foram conduzidos nos laboratórios e telados do Departamento de Fitopatologia da ESALQ/USP, em Piracicaba - SP e em área de produtor, no município de Tietê SP. A obtenção dos isolados foi feita a partir de folhas com manchas nos estádios IV e V, coletadas diretamente no campo ou recebidas via correio totalizando 34 isolados de diferentes cultivares e regiões. A multiplicação dos mesmos foi feita em meio V8 (100 ml de suco V8, 2 g de CaCO3, 15 g de ágar e 900 ml de água), mediante repicagem multiponto, seguida de incubação em câmara biotronnette mark III, sob luz constante e temperatura de 25ºC ± 2ºC por cerca de dez dias. Seguiram-se os testes de patogenicidade, realizados sobre as variedades Prata Anã, Pacovan e Nanicão. Os isolados patogênicos foram mantidos em meio BDA (Batata, Dextrose e Ágar) cobertos com óleo mineral. Posteriormente, os mesmos foram recuperados e multiplicados conforme já definido. A inoculação, para os testes de variabilidade e resistência foi feita com suspensão contendo 4.104 conídios/ml, atomizada na face inferior das folhas 1 e 2. Seguiu-se à incubação em telado com flutuação da umidade, mediante irrigação por aspersão sobre copa. Dezoito isolados passaram pelos testes de variabilidade, mediante inoculação sobre as diferenciadoras 'Prata Anã', 'Pacovan', 'Nanicão', 'Mysore', 'Terra', 'Yangambi' e 'Pioneira', sobre as quais, coletaram-se os dados de frequência de lesões e severidade. A partir desses dados foram selecionados os seis isolados de maior agressividade e com variação em virulência, realizando-se os testes de resistência sobre os genótipos Prata Anã, Pacovan, Nanicão, Mysore, Terra, Yangambi, Pioneira, N03-15, PV03-44, FHIA-01 e FHIA-18. Foram tomados os dados de período de incubação (P.I.), período de latência (P.L.), período de desenvolvimento da doença (P.D.D.), freqüência de lesões por 50 cm2 de folha e severidade da doença. No campo apenas a variedade Terra não foi avaliada. Tomaram-se os dados de P.I., P.L., P.D.D., folha mais jovem infectada (F.M.J.I.), folha mais jovem manchada (F.M.J.M.) e severidade da doença (S.D.), transformada posteriormente em índice de doença (I.D.). Os resultados mostraram uma alta variabilidade patogênica dentro de P. musae, confirmando a presença de raças dentro da espécie. Quanto à resistência induzida, apresentada pelas variedades Nanicão e Prata Anã, ela se caracterizou pelo caráter sistêmico, alta magnitude e persistência, mostrando-se ativa por cerca de quatro meses após a indução, entrando, posteriormente em declínio. A resistência genética dos onze genótipos em relação aos seis isolados mostrou uma interação genótipo-isolado altamente significativa para os parâmetros freqüência de lesão e severidade, caracterizando uma resistência predominantemente vertical. As interações resultaram em fenótipos característicos de hipersensibilidade como em 'Yangambi' e 'Terra', reações classificadas como alta resistência, fenotipicamente caracterizadas pela paralisação do desenvolvimento das lesões até o estádio III (estrias); genótipos resistentes, mas que permitiram ao patógeno completar o seu ciclo com drástica redução no número de lesões adultas e os genótipos suscetíveis, atingindo alta severidade. As avaliações de campo também apresentaram resultados semelhantes, porém, em função da variabilidade já demonstrada, não têm a mesma importância dos dados obtidos em telado. Isto sugere que, a partir destas informações, as avaliações de resistência à Sigatoka amarela devem considerar a variação em virulência do patógeno e, para tanto, necessita que as avaliações em condições controladas estejam aliadas às avaliações de campo. |