Dinâmica da floresta atlântica em Linhares (ES) (1980-1995)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Rolim, Samir Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20220208-032449/
Resumo: Esse Trabalho analisa o comportamento dos indivíduos arbóreos com DAP 10 cm ao longo de 15 anos na Floresta Atlântica em Unhares (ES). O estudo se deu sobre 5 parcelas de 50 x 100 m que fazem parte do projeto de manejo florestal da Reserva Florestal de Unhares, denominado " RFL 001/80 ", que foi instalado em 1980 e é medido periodicamente de 3 em 3 anos. As análises se deram basicamente sobre a mortalidade e recrutamento de novos indivíduos no período. O principal componente das variações temporais, detectado neste estudo, foi uma seca mais intensa e prolongada, que durou aproximadamente 4 meses no ano de 1987. Assim, foram apresentadas hipóteses para se verificar as influências das variações temporais sobre parâmetros estruturais da floresta (densidade de árvores e número de espécies), sendo utilizado para tal um modelo em blocos ao acaso (onde os anos foram considerados como blocos e as parcelas como tratamento). Também foi utilizada a estatística não-paramétrica do qui-quadrado (X2) para as análises de mortalidade e recrutamento. O distúrbio ocorrido teve uma profunda influência sobre a estrutura da floresta ao longo do período. De 1986 a 1989 (período em que ocorreu o distúrbio) morreram aproximadamente 50% de todas as árvores que morreram nos 15 anos de monitoramento. Apesar disto a taxa de mortalidade de árvores da Floresta Atlântica em Unhares, em torno de 1,52% ao ano, está dentro do esperado para uma floresta tropical sob condições naturais de distúrbios. Essa taxa foi significativamente maior para o grupo de espécies pioneiras (3,62%) em relação às climácicas (1,26%), fato que demonstra a maior longevidade deste último grupo de espécies. As árvores de maior porte (DAP 90 cm) foram mais sensíveis ao distúrbio que as árvores de menor porte (10 DAP < 50 cm). Nem mortalidade, nem recrutamento ocorreram uniformemente no espaço, mas as taxas de mortalidade foram plenamente balanceadas pelas taxas de recrutamento, indicando um equilíbrio estrutural da floresta no período. As espécies de maior densidade na floresta são mais adaptadas às condições de distúrbios e ao mesmo tempo em que perdem mais indivíduos também recrutam mais, tendendo a manter suas abundâncias. Apesar deste equilíbrio na estrutura da floresta e nas populações de espécies mais comuns, foi constatada uma sensível modificação na composição florística no período, podendo-se concluir que ela não é estática, havendo uma intensa movimentação das espécies, pelo menos num nível local. Estas flutuações observadas na estrutura da floresta indicam a necessidade de grandes áreas para a conservação in situ, que sejam capazes de absorver as mudanças sem prejudicar as estruturas genéticas e demográficas das populações.