Vivência de enfermeiros no cuidado ao idoso que reside em instituição de longa permanência 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cavenaghi, Monique Sobottka
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7140/tde-23012018-154329/
Resumo: Introdução: O envelhecimento populacional acelerado reafirma a necessidade da prestação de cuidados de longa duração e a instituição de longa permanência para idosos (ILPI) é uma das modalidades disponíveis. Pela demanda de cuidado, os enfermeiros estão inseridos na maioria dessas residências. Objetivo: compreender a vivência de enfermeiros no cuidado ao idoso que reside em instituição de longa permanência. Método: trata-se de pesquisa qualitativa, com abordagem fenomenológica, realizada com 11 enfermeiros que trabalham em ILPI. Os dados foram coletados por meio de entrevistas individuais, gravadas em áudio, com as seguintes questões norteadoras: Fale sobre sua vivência no cuidado ao idoso que reside em instituição de longa permanência e O que você espera com a sua atuação em ILPI? Os conteúdos foram transcritos e analisados individualmente, segundo o referencial da fenomenologia social de Alfred Schütz. Resultados: a partir da análise dos discursos foi possível identificar sete categorias concretas do vivido: dificuldades no trabalho, desvalorização profissional, vínculo, valorização do trabalho, oferecer assistência de boa qualidade, ser reconhecido e valorizar o idoso. A vivência do enfermeiro nesse mundo vida é permeada pela escassez de recursos financeiros, materiais e humanos, alta rotatividade de profissionais e qualificação insuficiente para o trabalho, gerando sentimento de insegurança. Também é marcado pela falta de autonomia, baixos salários, preconceitos e desrespeito nas relações interpessoais. Apesar das dificuldades vivenciadas, a formação de vínculos afetivos significativos com os idosos leva o enfermeiro a refletir sobre o processo de envelhecimento e promover uma assistência mais humanizada. A partir da percepção do valor social do trabalho, projeta melhorar a qualidade da assistência oferecida, por meio de qualificação adequada dos profissionais que atuam em ILPI, adequação do quantitativo de recursos humanos e a eliminação da sobrecarga de trabalho. Dessa forma, busca reconhecimento profissional, financeiro e social. Por fim, da vivência desse contexto emerge, no grupo social estudado, a consciência sobre a importância e a premência da mudança do valor do idoso em nossa sociedade. Espera-se que isso aconteça por meio de intervenções educacionais, com enfoque na redução do preconceito, na difusão do envelhecimento saudável e pela ampliação e efetividade de políticas públicas que priorizem a população idosa. Considerações finais: o presente estudo possibilitou a compreensão da ação de cuidar de idosos residentes em ILPI, sob a perspectiva de enfermeiros, evidenciando a vivência desse grupo social, marcada pela dificuldade no trabalho, pela aproximação afetiva com os idosos e pelas expectativas de transformar a realidade do cuidado ao idoso, vislumbrando um envelhecimento digno a todos.