Estabelecimento de parâmetros agronômicos para o manejo e eficiência de utilização de Panicum maximum Jacq. cv Tanzânia 1 sob pastejo rotacionado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Tosi, Paulo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20191108-112911/
Resumo: O presente trabalho teve por objetivo estabelecer alguns parâmetros para nortear o método de pastejo rotacionado do cultivar Tanzânia 1 (Panicum maximum), utilizando-se um ciclo de pastejo de 36 dias (33 dias de descanso e 3 dias de ocupação) durante o período das "águas" (27/11/96 à 28/04/97) e 72 dias (66 dias de descanso e 6 dias de ocupação) durante o período da "seca" (29/04/97 à 30/11/97). O experimento foi conduzido no Centro de Pesquisa de Pecuária do Sudeste - Embrapa, município de São Carlos - SP (latitude 22° 01' S, longitude 47° 53' W e altitude de 854 m), em uma área de 8 ha em solo classificado como Latossolo Vermelho Amarelo. A área foi dividida em 13 piquetes de 6200 m2, reservando-se uma área central de 1200 m2 para acesso ao saleiro e ao bebedouro. A adubação de cada piquete foi feita em cobertura logo após o pastejo, que era realizado até que a planta forrageira apresentasse uma altura de resíduo de 35-40cm. A lotação animal era regulada pela adição ou retirada de animais da área experimental. Foram utilizados dois lotes de animais machos puros da raça Canchim com peso médio inicial de 338 e 258 kg no período das "águas" e "seca", respectivamente. A adubação foi realizada no período das "águas" (dezembro à abril), utilizando-se a fórmula 20-05-20 na quantidade de 400 kg há-1 ou seja utilizou-se 320 kg N ha-1 ano-1. Avaliaram-se as seguintes variáveis, que foram submetidas cálculos de estatística descritiva: produção de matéria seca, taxa de acúmulo de matéria seca, porcentagem de matéria seca, digestibilidade verdadeira "in vitro" da matéria seca, fibra em detergente neutro, proteína bruta, ganho de peso vivo, densidade populacional de perfilhos, aparecimento, mortalidade e sobrevivência de perfilhos, perdas de pastejo, taxa de alongamento foliar, taxa de alongamento de hastes, taxa de senescência, número de folhas vivas por perfilho, taxa de aparecimento de folhas. A produção de matéria seca obtida durante as "águas" e "seca" foi de 23,6 e 5,9 t MS ha-1, o que permitiu uma lotação média de 6,6 e 2,7 UA ha-1, respectivamente. A taxa de acúmulo de matéria seca atingiu o máximo de 183 kg MS ha-1 dia--1 no mês de janeiro, apresentando uma redução nos períodos subsequentes com um mínimo de 23 kg MS ha-1 dia-1 no período de agosto e setembro, demonstrando acentuada estacionalidade de produção. A forragem apresentou uma perda de qualidade no período da "seca". A porcentagem de matéria seca apresentou uma variação entre 22 e 24%, apresentando os valores maiores no período de junho a setembro. As perdas pelo pastejo apresentaram uma evidente estacionalidade, apresentando valores superiores nos pastejos realizados nas "águas", atingindo a perda máxima de 1905 kg MS ha-1 no pastejo realizado em fevereiro. Na avaliação de densidade populacional de perfilhos, obteve- se valores relativamente menores nos pastejos iniciais (pastejo 1 ao 3), oscilando entre 415 a 429 perfilhos m-2 no período experimental. Houve uma variabilidade nas categorias de perfilhos que compõem a população da pastagem, devido a queda nas taxas de aparecimento no período da "seca". Concluiu-se que sena importante determinar qual a categoria de perfilhos responsável pela maior parte da produção e basear o manejo no comportamento desta. A taxa média de alongamento de folhas foi de 4,11 e 1,28 cm folha-1 dia-1, para as "águas" e "seca", respectivamente. A taxa de senescência média no período do "verão" foi de 0,4 cm dia-1 e praticamente nula no "inverno". A taxa de acúmulo de matéria seca a partir da avaliação de fluxo de tecidos apresentou resultados satisfatórios, quando comparados aos dados de corte da forragem, já que as curvas apresentaram a mesma tendência. O número de folhas vivas por perfilho se manteve constante durante o ano, apresentando uma média de 4,0 com exceção do período de 03/07/97 à 14/09/97 que apresentou 2,7 folhas vivas perfilho-1. Há uma regularidade no aparecimento de folhas novas, com médias oscilando entre 10,2 e 12 dias folha-1 durante o ano. Entretanto o período entre 27/04/97 à 14/09/97 apresentou as maiores médias, atingindo o valor máximo de 55 dias folha-1. O ganho de peso vivo médio obtido com os bovinos foi de 0,82 e 0,53 kg animal-1 dia-1 e a produtividade foi de 910 e 460 kg PV ha-1 nos períodos das "águas" e "seca", respectivamente, sendo considerados excelentes. O sistema de pastejo intensivo do capim Tanzânia 1 apresentou viabilidade econômica, com um lucro estimado de US$530,04 ha-1 ano-1.