Estudo da expressão das enzimas esteroidogênicas e dos resceptores aberrantes ectópicos na hiperplasia macronodular adrenal primária de pacientes com e sem mutação no gene ARMC5.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Conceição, Bárbara Brito da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42131/tde-21012019-084941/
Resumo: A hiperplasia adrenocortical macronodular primária (PMAH) é uma causa rara de Síndrome de Cushing (SC). Apresenta como características macronódulos funcionantes em ambas as glândulas suprarrenais e uma produção variável de cortisol. Os nódulos apresentam uma produção ectópica de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) tornando a doença independente do ACTH hipofisário. Estudos independentes mostraram que mutações germinativas no gene armadillo repeat cointaining 5 (ARMC5) são uma causa frequente de PMAH. Além dessa mutação parece haver a participação de receptores hormonais ectópicos no córtex suprarrenal, que estimulariam a esteroidogênese e a hiperplasia da glândula. No entanto, os estudos sobre a relação entre o ARMC5 e a participação dos receptores aberrantes na produção de cortisol são incipientes. Portanto, temos como hipótese que as alterações no gene ARMC5 podem estar envolvidas no padrão celular e funcional das células que compõem os nódulos hiperplásicos na PMAH. Desta forma, nossos objetivos foram analisar: 1) a proporção de células espongiformes e compactas em cortes corados com hematoxilina e eosina; 2) a expressão gênica, nas células espongiformes e proteica de ambas as células, do ARMC5, das enzimas esteroidogênicas StAR, 3βHSD2 e CYP17A1, dos receptores da vasopressina (AVP1AR), serotonina (5HT4R) e do peptídeo inibidor gástrico (GIPR) e do ACTH ectópico e 3) a expressão do antígeno de proliferação celular, a proteína PCNA, para análise do padrão de proliferação em cortes histológicos de nódulos de hiperplasias de pacientes que apresentam mutações germinativas, mutações germinativas e somáticas ou não mutação no gene ARMC5. Os resultados mostraram que os nódulos hiperplásicos são compostos, na sua maioria, por células espongiformes, cujo padrão foi independente da presença de mutação. A expressão do ARMC5 nas células espongiformes foi maior em pacientes com mutação, e os receptores ectópicos apresentaram uma expressão maior no tecido de PMAH em relação à adrenal normal. A reação de imunoistoquimica revelou células positivas para a proteína ARMC5 e StAR, em ambos os tipos celulares, enquanto a enzima 3βHSD2 foi predominante nas células espongiformes e a enzima CYP17A1 nas células compactas. A expressão de AVP1AR, 5HT4R, e do ACTH ectópico foi positiva em ambos os tipos celulares e independente da presença ou não da mutação no gene ARMC5, bem como a expressão da proteína PCNA. Portanto, nossos resultados sugerem que a presença ou não de mutações no gene ARMC5 nas hiperplasias não está envolvida no padrão celular das células que compõem os nódulos. O mesmo para a presença dos receptores AVP1AR, 5HT4R e GIPR, do ACTH ectópico e da proteína PCNA. Como conclusão, os resultados dos parâmetros analisados sugerem que as alterações no gene ARMC5 não estão envolvidas no padrão celular e funcional das células que compõem os nódulos hiperplásicos na PMAH, e podem ter o mesmo grau de importância na formação desses nódulos.