Neurofibroma isolado na região de cabeça e pescoço: considerações clínicas e histopatológicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Marocchio, Luciana Sassa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25136/tde-12012006-165250/
Resumo: Os neurofibromas ocorrem na região de cabeça e pescoço como lesões, isoladas ou múltiplas, freqüentemente associadas às síndromes das neurofibromatoses. O objetivo deste trabalho consistiu em avaliar os aspectos clínicos e microscópicos dos neurofibromas, particularmente a variante plexiforme, na pele da região de cabeça e pescoço e na mucosa bucal e discutir a patogênese e as condutas clínicas dessas lesões, quando de sua ocorrência isolada não associada a neurofibromatose-1 (NF-1). Nossa amostra foi selecionada a partir dos neurofibromas na região de cabeça e pescoço diagnosticados no período entre 1973 a 2003 pelos Serviços de Anatomia Patológica do Departamento de Estomatologia – Área de Patologia da Faculdade de Odontologia de Bauru/USP e do Instituto de Pesquisa Lauro de Souza Lima. Os dados demográficos e a história clínica das lesões foram obtidos pela análise do prontuário do paciente. Um total de 66 neurofibromas foram avaliados microscopicamente em coloração de rotina sendo registradas algumas características como a morfologia celular, a organização histológica da lesão, a presença e distribuição do infiltrado inflamatório, da vascularização sanguínea, bem como, a presença de mastócitos e corpúsculos táteis-like. Nossos resultados demonstraram uma maior freqüência de lesões cutâneas (81,8%) se comparadas à mucosa bucal (18,2%), manifestando-se principalmente em indivíduos do gênero feminino e na faixa etária acima de 40 anos. Uma maior ocorrência de lesões únicas, isoladas (51,2%) foi observada na pele e mucosa bucal, sendo as lesões múltiplas (37,2%) quase sempre associadas a NF-1 clinicamente comprovada em 12 pacientes (28,0%). Na boca, as lesões foram encontradas em 27,9% dos casos, sendo o local mais afetado a mucosa gengival e rebordo alveolar. Dos dois neurofibromas plexiformes observados, ambos na mucosa bucal, apenas um estava associado a NF-1. Microscopicamente, a variante difusa foi predominantemente observada sobre a plexiforme sendo encontrados inclusive corpúsculos táteis-like. Nossos resultados demonstraram que os neurofibromas isolados, particularmente a variante plexiforme, embora observados comumente na pele, podem ocorrer também na mucosa bucal sem associação com a NF-1. O comportamento clínico benigno do neurofibroma isolado na região de cabeça e pescoço e a ausência da associação com a NF-1 sugere uma natureza hamartomatosa para estas lesões, cuja patogênese precisa ser melhor investigada.