A representação do espaço urbano na hagiografia medieval franciscana (Compilato Assisiensis e Memoriale in desideiro animae): perspectivas de uma política social mendicante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Pereira, André Luis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-10072007-114453/
Resumo: O objetivo desse trabalho é explorar as múltiplas formas com que os hagiógrafos do franciscanismo conceberam o espaço urbano e quais mecanismos utilizaram para formular tal concepção. Pretendemos também investigar se a noção de espaço urbano estabelecida por eles está ou não concorde com um possível discurso mendicante voltado para as práticas citadinas; por fim, queremos avaliar em que medida esses elementos se conjugaram na práxis pastoral dos franciscanos nas cidades onde atuaram. Para tanto, estudaremos duas compilações hagiográficas acerca da vida de s. Francisco de Assis, produzidas no século XIII: Compilatio Assisiensis e Memoriale in desiderio animae. Ambos os textos foram compostos em território peninsular e ambos procuraram acentuar o esforço missionário do santo de Assis para evangelizar, moralizar e \"converter\" as cidades centro-setentrionais da Itália. Partimos do pressuposto de que a hagiografia, de forma geral, constituiu um recurso retoricamente elaborado e utilizado em larga escala pela instituição eclesiástica para transmitir seus ensinamentos e atuar sobre as condutas dos fiéis. Nesse sentido, esperamos encontrar não a cidade real ou o esboço dela, mas a projeção de uma cidade que se queria implementar mediante a transmissão de certos valores tidos como os mais aptos para a transformação do corpo social. O feito de s. Francisco ter trabalhado na evangelização das cidades e de ter fundado uma ordem religiosa de escopo urbano já é indicativo de que a hagiografia franciscana tem algo a contribuir para o amplo estudo da noção de espaço urbano na baixa Idade Média