Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Nicoletti, Daniela Amaral Rodrigues |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-01112023-161347/
|
Resumo: |
Entendendo a escuta como uma construção cultural, social e afetiva ao longo da história, esta pesquisa tem o propósito de avaliar possíveis transformações nas relações entre o ouvinte e a música, advindas da introdução de tecnologias eletrônicas de gravação e reprodução sonora, que posteriormente tornaram-se também tecnologias de produção e composição musical. A partir principalmente das contribuições de Pierre Schaeffer, John Cage, Luciano Berio, Jean-Jacques Nattiez e François Delalande, a tese abarca o tema da escuta com as dimensões e a complexidade com que esta é tratada a partir do século XX e discute o desenvolvimento de uma escuta ativa e criativa, por meio de experiências significativas de escuta compartilhada em sala de aula, propiciando a expansão da capacidade perceptiva musical dos estudantes e potencializando dialogicamente seus hábitos de escuta, bem como os repertórios que constituem as suas referências na era digital. As propostas dos autores mencionados indicam a necessidade de mudanças atitudinais, de organização e abordagem da música na função do professor como mediador, cocriador, partícipe das descobertas dos estudantes, enquanto ouvintes criativos, ou seja, considerando que a escuta não é recepção passiva, mas já traz em si suas marcas, inscreve no corpo memórias e mudanças, emoções, sentimentos, move afetos, estabelece pontes com outras escutas. A escuta é, em si, criação; é inventiva, imaginativa, explorativa, interpretativa e ponto de partida para variações, improvisações e novas composições. Esta tese conta, para isso, com pesquisa bibliográfica de diversos autores, a fim de estudar múltiplas percepções a esse respeito, sob o ponto de vista da composição, da análise semiológica musical e da pedagogia musical, assim como as perspectivas apontadas pela sociedade com suas dinâmicas. O principal referencial pedagógico permanece sendo, portanto, os autores estudados no mestrado, Rudolf Steiner e Émille Jaques-Dalcroze, pela pertinência ainda atual dos seus ideais de renovação da escola, em direção a uma prática democrática, humanista e libertadora, fomentando a sensibilidade e a consciência, promovendo metodologias dialógicas e respeitando os estudantes em seus itinerários existenciais, na singularidade de seus devires, como inventores e não apenas reprodutores do ensino. Assim, consideramos tratar a escola como uma instituição que precisa adequar-se à pluralidade das demandas das crianças e jovens do século XXI, à medida em que deixa seu fardo conservador, ainda de algum modo atrelado à práxis do século XIX. |