O impacto do fim da correção monetária na rentabilidade e adequação de capital dos bancos no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Gabriel, Fabiano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-16032012-193430/
Resumo: Os principais objetivos deste trabalho foram: i) demonstrar, através de fundamentação teórica, que as distorções na análise de indicadores extraídos de demonstrações contábeis não corrigidas podem levar a decisões equivocadas, implicando prejuízos aos usuários da informação contábil, e ii) provar, através de investigação empírica, que os efeitos da inflação não devem ser ignorados, mesmo em ambientes com taxas reduzidas, quando da análise de rentabilidade e adequação de capital dos bancos no Brasil. Foram estabelecidas as seguintes hipóteses de pesquisa: i) os indicadores de rentabilidade legais dos bancos no Brasil são significativamente maiores que o os indicadores ajustados pelos efeitos da inflação, e ii) o índice da Basiléia legal dos bancos no Brasil é significativamente menor que o índice ajustado pelos efeitos da inflação. Para a investigação empírica do problema, selecionou-se uma amostra com os 50 maiores bancos comerciais por ativo para o período 1996-2002, e aplicou-se a técnica da correção monetária de balanço, em bases mensais, com a utilização do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna. A fim de verificar se as distorções causadas pelos efeitos do reconhecimento da inflação apresentaram-se significativas, foram aplicados testes de hipóteses. A análise dos resultados permitiu rejeitar a hipótese de nulidade entre as diferenças de médias dos indicadores legais e ajustados, com um nível de significância de 1%, para todos os anos do período analisado. Baseando-se nesses resultados, foi possível confirmar as hipóteses da pesquisa. Constatou-se, ainda, que mesmo com uma inflação de apenas 1,71% em 1998, as diferenças encontradas foram consideradas estatiscamente significativas, ou seja, relevantes para a tomada de decisão. Portanto, provouse que os efeitos da inflação devem ser considerados quando da análise de rentabilidade e adequação de capital dos bancos no Brasil. Indiretamente, também foi possível explicitar que os bancos estão divulgando uma rentabilidade nominal maior que a real, e que há maior cobertura de riscos pelo capital próprio corrigido. Por fim, concluiu-se que, após o fim da exigência legal da correção monetária, o questionamento mínimo que todo usuário da informação contábil deve fazer refere-se à possibilidade de tomar decisões equivocadas, baseando-se na análise de indicadores extraídos de demonstrações contábeis não corrigidas.