Taxonomia, distribuição e conservação dos \'caboclinhos\' do complexo Sporophila bouvreuil (Aves: Emberizidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Lima, Érika Machado Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-29102008-164502/
Resumo: Atualmente, quatro subespécies são reconhecidas dentro do complexo Sporophila bouvreuil: S. b. bouvreuil, S. b. pileata, S. b. saturata e S. b. crypta. Os machos apresentam um padrão de plumagem distinto, enquanto que as fêmeas possuem a plumagem semelhante, sendo difícil identificar com segurança a qual subespécie pertencem. O presente projeto teve como objetivo determinar, por meio de caracteres morfológicos externos, a validade dos táxons deste complexo, além de mapear a distribuição geográfica dos mesmos, definindo suas áreas de ocorrência. Foram analisados 174 espécimes de Sporophila bouvreuil, sendo 109 exemplares de S. b. bouvreuil, 30 exemplares de S. b. pileata, seis exemplares de S. b. saturata e 29 exemplares de S. b. crypta. Os dados morfométricos utilizados incluem o comprimento, altura e largura do bico, comprimento da asa, da cauda e do tarsometatarso. A análise dos padrões de coloração da plumagem foi baseada em todas as regiões corporais dos espécimes. As análises dos caracteres morfométricos não apontam diferenças significativas, ao passo que os padrões de coloração de plumagem apontam para uma diagnosticabilidade somente entre S. b. bouvreuil e S. b. pileata, pela associação de diferentes caracteres. Este resultado permite a elevação ao status de espécie plena do táxon S. b. pileata, que passaria a ser designado sob o binômio Sporophila pileata (Sclater, 1864). Os caracteres morfométricos e de coloração de plumagem não permitem uma diagnose entre S. b. bouvreuil, S. b. saturata e S. b. crypta. Este resultado sugere que estes seriam sinônimos, passando a serem designados sob o binômio Sporophila bouvreuil (Müller, 1776). Foram identificadas duas áreas de simpatria entre S. bouvreuil e S. pileata, uma no oeste de Minas Gerais e outra nas regiões centro-oeste e sudeste do Estado de São Paulo. Não é possível reconstruir a rota utilizada pelas populações de S. bouvreuil e S. pileata durante a migração sem estudos de campo envolvendo captura e anilhamento. Para S. bouvreuil é possível notar, entretanto, que as populações que reproduzem na Amazônia se deslocam para regiões mais secas durante a época de invernagem, onde se encontram com parte da população do Cerrado e Caatinga. As populações desta diagonal seca se reproduzem nestes domínios. Na Mata Atlântica as populações são residentes, permanecendo nos sítios de ocorrência ao longo das estações reprodutiva e de invernagem. Em S. pileata os resultados permitem concluir que as populações do Cerrado e da Mata Atlântica se reproduzem nos seus respectivos biomas. Os dados disponíveis para análise não explicitam as área utilizadas por estas populações durante o período de invernagem.