Aves consumidoras de sementes de bambus dos gêneros Guadua sp. e Merostachys sp. na Mata Atlântica do Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ribeiro, Edvandro de Abreu
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20232
Resumo: Bambus são geralmente semélparos, de vida longa, apresentando sua única frutificação sincronicamente entre todos os indivíduos de uma mesma região, ocorrendo em intervalos fixos, espécie-específicos, que variam de três a 120 anos. Segundo a Hipótese de Saciação dos Predadores, o bambu acumularia biomassa ao longo da vida e investiria essa biomassa em uma única e explosiva frutificação. A grande produção de sementes sincrônica entre vários indivíduos seria o suficiente para saciar os predadores de sementes e produziria um excedente capaz de garantir a nova geração. As principais premissas desta hipótese são: (1) Que sementes de bambu são predadas por um grande número de espécies granívoras, causando uma grande pressão de predação de sementes; (2) Espécies residentes de pequeno porte seriam as principais predadoras, pois suas populações aumentam em resposta à abundância de alimento. Observamos as aves consumidoras de semente do bambu endêmico de Mata Atlântica Guadua tagoara ao longo de 89 dias de campo distribuídos ao longo de 10 anos, em 16 localidades. Também observamos as aves consumidoras presentes em frutificações de duas espécies de bambu do gênero Merostachys ao longo de 11 dias de campo. Encontramos um pequeno número de espécies de aves consumindo sementes de ambos os bambus e espécies nômades predominando entre as espécies consumidoras, contrariando as duas principais premissas da Hipótese de Saciação dos Predadores. Em Merostachys, que apresenta um intervalo maior entre frutificações, maior sincronização e menor duração da frutificação, encontramos apenas aves nômades e um menor número de espécies de aves consumidoras em relação a G. tagoara. Sugerimos que os longos intervalos entre frutificações e a sincronização podem ser uma estratégia reprodutiva para impedir que aves residentes se adaptem a identificar as sementes do bambu como alimento.