Características, resultados e estimativa de custo dos pacientes portadores da doença cronicamente crítica internados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Vilar, Marina Lavezzo dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-28042022-133324/
Resumo: Introdução: Embora os avanços na terapia intensiva tenham permitido que mais pacientes sobrevivam a uma doença crítica aguda, também criaram uma crescente população de pacientes cronicamente críticos, que têm como características a dependência prolongada da ventilação mecânica invasiva (VMI) e outras terapias intensivas e custosas. A Doença Cronicamente Crítica (DCC) é uma condição devastadora, a mortalidade excede a da maioria dos tumores malignos e a dependência funcional persiste para a maioria dos sobreviventes após a alta hospitalar. Estes pacientes apresentam uma internação hospitalar prolongada, custos hospitalares em torno de três a quatro vezes mais que pacientes em VMI em curto prazo e mudanças frequentes no local de atendimento durante o curso da doença. Dado o aumento dos custos dos cuidados intensivos além de não existir ainda a caracterização desta população no Brasil, este estudo se faz necessário. Objetivo: Avaliar o perfil, o tempo médio de internação nas unidades de terapia intensiva (UTI), além de estimar o custo/dia dos pacientes portadores da DCC em um hospital terciário de alta complexidade. Metodologia: A coleta foi realizada nas UTI do Instituto do Coração e Instituto Central, com visitas diárias durante 21 dias aos pacientes que completassem 24 horas em VMI na UTI, excluindo-se os extubados antes desse período. Todas as informações coletadas foram diariamente armazenadas no software REDCap®, em formulários padronizados, para posterior análise estatística. Após 60 dias de alta hospitalar, foi realizado contato telefônico para análise de sobrevida e do Índice de Barthel. Resultados: Foram coletados 235 pacientes e destes, os pacientes com DCC representaram 11,8%, tendo em média 27,5 dias em VMI, além de ficarem internados por 34 dias em média, o que representa um gasto de médio de R$ 18.965,80/ internação/paciente para o Sistema Único de Saúde. Esses pacientes eram em sua maioria do sexo masculino, com média de 50 anos (± 16) e apresentavam uma alta pontuação no SAPS III (média de 60 ± 12). No grupo dos pacientes com DCCs, 82,6% apresentava algum tipo de comorbidade, sendo a mais encontrada hipertensão arterial. Na avaliação após 60 dias de alta, 50% se mantinha vivo e 25% havia ido a óbito (o restante não foi encontrado para contato). Dos vivos, 50% (n=2) pontuou como totalmente dependente, 25% como moderadamente dependente e 25% como severamente dependente no Índice de Barthel. Conclusão: A população estudada predominantemente do sexo masculino, apresentou complicações clínicas, tais como a necessidade da hemodiálise, fármacos por longos períodos, internação prolongada, além de que 40% foi a óbito na UTI. Dos pacientes que obtiveram alta, todos apresentaram um certo grau de dependência, culminando em um impacto negativo social, financeiro e emocional para o paciente e seus familiares. Apesar de ter sido encontrado um valor gasto/paciente bastante subestimado, novos estudos necessitam ser realizados com seu real custo, uma vez que diante da média de idade encontrada e que os indivíduos pertencentes a essa faixa etária em breve irão gerar modificações na pirâmide etária de modo a alargá-la em seu ápice, culminará em maiores gastos públicos e privados, além do impacto negativo para a sociedade com um todo