Condicionantes da adesão à profilaxia pós-exposição de risco ao HIV em um serviço de saúde no município de São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Marcos Morais Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7143/tde-24022021-101552/
Resumo: Introdução: A profilaxia pós-exposição de risco ao HIV é uma das diretrizes internacionais recomendadas como medida de prevenção contra o HIV. Estudos, embora escassos, particularmente no Brasil, mostram baixa adesão à profilaxia, especialmente nos casos de exposição sexual. Objetivo: Analisar a adesão à PEP de risco ao HIV devido à exposição sexual em usuários de um serviço de atenção em HIV/Aids do município de São Paulo, selecionados de 1o de abril a 30 de agosto, com seguimento até 23 de outubro de 2019. Método: Estudo de abordagem quantitativa, descritivo e analítico, tipo coorte prospectivo realizado em um serviço de atenção especializada em HIV/Aids da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, localizado na região central. A população do estudo foi composta por homens e mulheres, maiores de 18 anos, entrevistados e acompanhados durante um ciclo da profilaxia: 1a consulta (baseline) e dois retornos subsequentes 30 dias (momento 1) e 90 dias (momento 2), no período de 1o de abril a 23 de outubro de 2019. Foi aplicado um questionário estruturado com questões divididas em: características socioeconômicas; modo de viver; modo de trabalhar; processo de saúde; e atendimento do serviço de saúde. No caso de usuários que não retornaram à consulta, foi realizado contato telefônico para realização da entrevista e verificação dos motivos para o não retorno ao serviço. Critério de adesão: uso de 27 dias de antirretrovirais e retorno em pelo menos um dos dois momentos. Foi realizada análise descritiva, apresentando números absolutos e relativos e análise bivariada com os testes estatísticos qui-quadrado ou Exato de Fisher para condicionantes associados a adesão à profilaxia. Os dados foram compilados no Excel e analisados no software STATA versão 15. Resultados: Entrevistou-se 91 usuários, com média de idade de 32,5 anos, maioria do sexo masculino (86,8%), homens que fazem sexo com homens (62,2%), da cor branca (49,5%) e com ensino superior ou pós-graduação (65,9%). Aderentes à profilaxia foram 56,7%, e apenas 6 (6,6%) retornaram nos dois momentos. Não houve soroconversão para HIV entre os 41 (45,0%) usuários que retornaram para realizar o teste rápido. A única variável associada à adesão foi a condição não ter plano de saúde (p < 0,05). Outras variáveis não demonstraram significância estatística (p < 0,2). Como condicionantes que favoreceram a adesão: início precoce da profilaxia, informação sobre a profilaxia fornecida pela equipe de saúde e presença de crença religiosa; e como condicionantes que desfavoreceram a adesão: ocupação que exige certa qualificação, acesso a benefícios advindos do trabalho formal, renda insuficiente para cuidados de saúde, participação em grupo associativo ligado ao trabalho, à Igreja e ao voluntariado, e sentimento expresso para desistência quanto à tomada do antirretroviral. Conclusões: A adesão à profilaxia ao HIV de usuários de um serviço de saúde do município de São Paulo é alta em relação ao uso dos antirretrovirais, considerando os critérios estabelecidos no estudo, e, no entanto, baixa em relação aos retornos. É preciso ampliar a divulgação e a captação de outros segmentos da população que possivelmente não estão acessando a profilaxia, como mulheres, pessoas com condições precarizadas na vida e no trabalho, adolescentes e população em situação de rua.