Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1998 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Adélia Cristina Pessoa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-06042020-130610/
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Resumo: |
A presença de resíduos de praguicidas em alimentos, somada à contaminação da água, oferece risco para a população em geral e representa, sem dúvida, um grande problema de saúde pública no Brasil. A livre disponibilidade dos praguicidas, a falta de levantamentos de dados que permitam conhecer qual a ingestão diária de seus resíduos nos diferentes centros populacionais e de uma efetiva preocupação por parte das autoridades de saúde pública colaboram significativamente para a ocorrência de freqüentes acidentes e tragédias no campo e na cidade. O primeiro passo para o desenvolvimento deste trabalho foi capacitar um órgão da rede estadual com uma estrutura laboratorial para auxiliar programas de controle e monitoramento da produção agrícola regional, do meio ambiente e de vigilância à saúde, para fazer frente ao problemas decorrentes do uso indiscriminado dos praguicidas. Foram implantados e validados um método multi-resíduos para a análise de inseticidas organoclorados e organofosforados e métodos específicos para a detecção de resíduos de metamidofós e etilenotiuréia (ETU) em tomates. A produção de tomate do Estado de Pernambuco foi escolhida para a avaliação dos problemas de saúde da população e para o meio ambiente provocados pelo uso de praguicidas pelas seguintes razões: (1) o Estado é o segundo maior produtor deste fruto no país; (2) essa cultura, no modelo dominante de produção, demanda uso intensivo de praguicidas e possui um ciclo curto de produção; (3) o tomate está enraizado no hábito alimentar da população em geral. Foram selecionadas duas regiões de produção do Estado, com o objetivo de comparar a agricultura modernizada, praticada nos perímetros irrigados e destinadas à produção industrial, com a agricultura tradicional. responsável por uma grande parcela do abastecimento da região metropolitana de Recife. Foram utilizados todos os dados disponíveis sobre os tipos de praguicidas empregados no Estado de Pernambuco com o objetivo de avaliar se o uso desses produtos em cada mesorregião é coerente com a produção agrícola existente. A aplicação de questionários foi o instrumento utilizado para a obtenção de informações sócio-ambientais e de morbidade referida em trabalhadores rurais envolvidos com a cultura de tomate das regiões estudadas. Três amostras da produção de tomate industrial (11,1%) estavam impróprias para consumo, em virtude dos níveis de metamidofós encontrados. A situação da produção de tomate de mesa foi mais grave, visto que 53,1% das amostras de tomate (n=17) violaram o estabelecido pela nossa legislação, com níveis não permitidos para os inseticidas organofosforado metamidofós e o organoclorado endosulfan. Os resultados obtidos nas duas regiões estudadas mostraram que a produção orientada da agricultura resulta na produção de tomate com melhor qualidade, no que se refere a resíduos de praguicidas. Porém, ficou constatado que as duas regiões estudadas, indiscriminadamente. carecem de ações que visem à proteção da saúde dos trabalhadores rurais que lidam com os praguicidas e de medidas contra os danos para ao meio ambiente, que se encontra gravemente comprometido. |