Determinação do grau de exposição interna aos praguicidas organoclorados, em população residente sobre aterro a céu aberto na localidade de Pilões, Cubatão-SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1998
Autor(a) principal: Santos Filho, Eladio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-13042020-130709/
Resumo: Até o ano de 1983, a destinação do lixo urbano no Município de Cubatão era feita para um aterro a céu aberto existente na localidade de Pilões, uma região de manancial, pertencente ao Parque Florestal da Serra do Mar e localizada na periferia do Município. Em Levantamento realizado em 1978, o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo - DAEE e a Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental - CETESB, (DAEE/CETESB, 1978), verificaram que algumas indústrias de Cubatão utilizavam aquela área para descarte de resíduos sólidos industriais, com depósitos de mais de 7 mil toneladas/ano. Em 1983, a Prefeitura de Cubatão desativou o aterro de Pilões, por ordem da CETESB, que viria implantar um ano depois, o Programa de Metas de Controle da Poluição Ambiental em Cubatão. Ocorre que as pessoas que viviam da cata de material reciclável continuaram residindo na área, sobre o aterro desativado. Em 1991, a CETESB publicou, através boletins internos, resultados de análises toxicológicas realizadas em Pilões, constatando a contaminação de solo, água e sedimento por metais pesados e praguicidas organoclorados. Em 1993, o Instituto Adolfo Lutz - S.P. realizou análises toxicológicas de alimentos produzidos e consumidos pelos habitantes de Pilões, e constatou contaminação por praguicidas organoclorados. Nesta mesma data, iniciamos exames clínicos e laboratoriais em 238 pessoas dos 252 habitantes de Pilões (recusa de 3 famílias em participar da pesquisa) e elegemos população amostral do bairro Cota200 (diferindo de Pilões apenas pela característica de não se registrar contaminação por resíduos sólidos industriais) para servir de parâmetros aos dados coletados. Escolhemos 258 residentes da Cota 200, pareados, a grosso modo, pelos atributos de idade, sexo, tempo de moradia e renda. Verificamos, entre outras coisas, que os habitantes de Pilões apresentavam maior incidência de exposição interna aos praguicidas Hexaclorobenzeno, Hexaclorociclohexano e DDT e em concentrações mais elevadas, quando comparados a população amostral da Cota 200. Apresentaram também mais referência a problemas de saúde, maior menção de perda de peso, maior incidência de doenças da pele e do tecido celular subcutâneo, maior incidência de leucocitose (aumento do número de glóbulos brancos do sangue) e de linfocitose (aumento do número de linfócitos no sangue). Essas alterações são descritas na toxicologia dos praguicidas organoclorados e no decorrer da apresentação do nosso trabalho, estaremos discutindo cada uma delas. A população residente sobre o aterro de Pilões, foi transferida em 1995, para um conjunto habitacional construído pelo Governo do Estado de São Paulo, localizado em um bairro central do Município.