Extração e caracterização de óleos de resíduos de peixes de água doce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Segura, Júlio Guerra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-04072012-141514/
Resumo: O presente trabalho teve como objetivos: (1) avaliar o rendimento e as características físico-químicas dos óleos de vísceras de truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss), pacu (Piaractus mesopotamicus) e curimbatá (Prochilodus spp.) extraídos por congelamento lento, como mecanismo para liberar os lipídios do material bruto, e (2) comparar as etapas do refinamento químico (degomagem, neutralização, lavagem, secagem e branqueamento) de dois óleos de truta arco-íris, extraídos por congelamento lento e por um processo termo-mecânico. As matérias primas foram coletadas em diferentes municípios dos Estados de São Paulo e Paraná. Foram determinados os rendimentos, teor de ácidos graxos livres, índice de peróxidos, índice de iodo, índice de saponificação, densidade, índice de refração, viscosidade e perfil de ácidos graxos nos óleos brutos (truta arco-íris, pacu e curimbatá) e nos óleos submetidos a processos de refinamento (truta arco-íris). Os rendimentos de óleo de vísceras de truta arco-íris, pacu e curimbatá, foram de 27,58%, 42,53 e 13,75% respectivamente. Os parâmetros físicoquímicos avaliados em todos os óleos (óleos brutos das vísceras das três espécies de peixes e óleos de truta arco-íris submetidos a refinamento) encontraram-se dentro dos níveis referenciados para óleos de peixe brutos e refinados. O perfil de ácidos graxos foi variável entre os óleos brutos das três espécies, sendo que o óleo de curimbatá apresentou maiores níveis dos ácidos eicosapentaenoico, docosaexaenoico e araquidônico, e menor relação n-6/n-3, portanto de melhor qualidade nutricional, provavelmente por ter sido capturado na natureza. Entretanto, devido à alta disponibilidade de truta arco-íris, considera-se mais viável a produção de complementos nutricionais de ácidos graxos poliinsaturados da família n-3 nesta espécie, desde que o perfil lipídico do óleo esteja adequado. Os teores de ácidos graxos da família n-3, dos óleos de truta arco-íris foram menores que os relatados na literatura; podendo ser influenciados pela dieta dos animais. O tipo de extração produziu diferenças no perfil de ácidos graxos tanto nos óleos brutos quanto nos óleos branqueados. Destaca-se maior teor de ácidos graxos com configuração trans no óleo (bruto e branqueado) de truta arco-íris, extraído por autoclavagem devido provavelmente à utilização de altas temperaturas durante a extração. A técnica de extração por congelamento foi eficiente em termos de rendimento e qualidade dos óleos extraídos das vísceras dos peixes avaliados, e possivelmente seja eficiente também em outras espécies e matérias primas.