Perfil da neoplasia mamária canina e sua relação com a poluição atmosférica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Malatesta, Fernanda Duarte dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5165/tde-11082015-153114/
Resumo: O câncer de mama vem apresentando considerável aumento nos últimos tempos. A literatura sugere que a poluição atmosférica urbana se associa a neoplasias. Entre os monitores de poluição, o cão se mostra adequado por apresentar grau de exposição à poluição semelhante ao seu dono. Assim, objetivamos estudar o comportamento epidemiológico da neoplasia de mama em cães e sua associação com material particulado atmosférico. Foram incluídos neste estudo observacional transversal, 212 cães de uma clínica veterinária privada de referência para tratamento oncológico em São Paulo. Os dados foram obtidos retrospectivamente de prontuários entre 2008 e 2011 e complementados com ligação telefônica aos proprietários dos animais para coleta de dados sobre tabaco e tempo de moradia no local. A poluição foi estimada pela média do PM10 fornecidos pelos monitores da CETESB. Estratificamos buffers de exposição a poluição por análise espacial dos animais em vias de trânsito rápido, vias arteriais, vias locais e coletoras, como alta, média e baixa exposição respectivamente. Os dados foram analisados por testes de qui-quadrado. A neoplasia de mama incidiu em cadelas de idade avançada (9,58 +- 2,64 anos), não ovariosalpingohisterectomizadas (68,4%) e em estadiamento clínico avançado (41,5%), sendo responsável direta por 67,4% dos óbitos ocorridos. Houve predomínio de raça poodle (22%) e dieta comercial (50,5%). Poucos cães faziam uso de anticoncepcionais (9%) ou apresentaram pseudociese (31,1%). A maioria (65,5%) apresentou os tipos histológicos carcinoma complexo e carcinoma túbulo-papilífero, seguido por carcinoma sólido (14,6%). O MP10 mostrou associação com pior prognóstico (p=0,07). A análise espacial mostrou predomínio de casos na zona Sul da cidade (68,4%), maior concentração em vias de média exposição (51,4%) e tendência a pior prognóstico (p=0,05) nos animais submetidos a alta exposição. Concluímos que na região estudada, o câncer de mama em cães apresenta comportamento agressivo, diagnóstico tardio e a poluição urbana pode estar relacionada ao seu desenvolvimento