Associação de imunomarcadores podocitários com a classificação histopatológica Oxford (MEST-C) e proteinúria em pacientes com nefropatia da IgA primária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Morgantetti, Giuliano Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-11102023-101321/
Resumo: Introdução: a nefropatia por IgA (NIgA) primária é uma glomerulonefrite (GN) proliferativa mesangial primeiramente descrita pelos patologistas franceses Berger e Hinglais em 1968, hoje considerada a glomerulopatia primária mais comum no mundo. A NIgA é definida histologicamente através da demonstração pela microscopia de imunofluorescência de depósitos mesangiais de imunoglobulinas, com predomínio de IgA, com manifestações histológicas sob microscopia de luz e evoluções clínicas variáveis. Nela, a proteinúria, um dos principais fatores de risco para a perda da função renal, ocorre principalmente através de lesão podocitária. Apesar de ser doença com manifestações iniciais predominantemente mesangiais, a proteinúria provavelmente é consequência de lesão dos podócitos. Objetivos: este estudo tem como objetivo identificar possíveis associações entre a imunoexpressão dos marcadores podocitários CD10, GLEPP-1, synaptopodin e WT1, além dos marcadores de transição epitélio-mesênquima desmin e vimentin com: (1) as diferentes formas de apresentação clínica, níveis de proteinúria e de função renal e (2) as diferentes categorias histopatológicas da Classificação de Oxford para a NIgA. Metodologia: 95 pacientes com nefropatia da IgA foram avaliados para a imunoexpressão das proteínas CD10, desmin, GLEPP1, synaptopodin, vimentin e WT1 em suas biópsias renais. A expressão destas proteínas foi mensurada de forma qualitativa e quantitativa, através do software de patologia digital para o cálculo da razão de imunoexpressão (relação de positividade de pixels), em comparação com as alterações histopatológicas pela classificação de Oxford e com a apresentação clínica, níveis de proteinúria e de função renal. A análise estatística entre os diferentes grupos foi realizada através do Teste de Spearman para as análises entre variáveis contínuas não paramétricas e Mann-Whitney para as análises entre variáveis contínuas e categóricas. Resultados: a média da razão de imunoexpressão de WT1, no grupo com proteinúria menor ou igual que 700mg/24 h foi de 18% ± 9,58% e no grupo com proteinúria maior que 700 mg/24 h foi de 8% ±5,87% (p<0,01). A média da razão de imunoexpressão de synaptopodin em amostras sem a formação de crescentes celulares e/ou fibrocelulares (padrão Oxford C0) foi de 22,06% ±7,81% e em amostras com a formação de crescentes (padrão Oxford C1 ou C2) foi de 35,5% ±7,94% (p<0,01). Conclusão: a avaliação por métodos digitais da imunoexpressão de WT1 identificou uma redução da imunoexpressão em pacientes com piores níveis de proteinúria. Além disso, encontramos correlação entre a imunoexpressão de synaptopodin e o desenvolvimento de crescentes celulares e/ou fibrocelulares.