Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Zachi, Elaine Cristina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-11102005-111724/
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Resumo: |
Exposição a substâncias tóxicas e distúrbios metabólicos são fatores que afetam as funções neuropsicológicas. Foram realizados 2 estudos descritivos com os objetivos de verificar a possibilidade de disfunções neuropsicológicas em indivíduos com histórico de exposição ocupacional ao vapor de mercúrio e em pacientes diabéticos do tipo 2 sem diagnóstico de retinopatia, em ambos os casos, comparados com controles. A bateria neuropsicológica incluiu testes de atenção (Dígitos), controle inibitório (teste de stroop), memória verbal (teste de Buschke) e visual (Reprodução Visual), destreza manual (Grooved Pegboard), fluência verbal (FAS), habilidade viso-motora (Cubos), funções executivas (teste de Wisconsin), conhecimento semântico (Vocabulário) e sintomas de depressão (Inventário Beck de Depressão) e ansiedade (Inventário de Ansiedade Traço-Estado). Adotou-se p<0,05 como nível de significância. As avaliações neuropsicológicas de 26 ex-trabalhadores de fábricas de lâmpadas de mercúrio foram comparadas com 20 controles. Os ex-trabalhadores têm diagnóstico de mercurialismo crônico ocupacional, foram expostos ao vapor de mercúrio no trabalho durante 10,2 ± 3,8 anos e estão afastados da função há 6 ± 4,7 anos. A concentração de mercúrio urinário medida um ano após o afastamento da exposição teve média de 1,8 ± 0,9 mg/gCr. Comparados com os controles, os ex-trabalhadores demonstraram pior desempenho no teste de Stroop partes 1 (p=0,004) e 2 (0,010), no teste de Buschke para recuperação de longo prazo (p=0,028), armazenamento de longo prazo (p=0,045), recuperação consistente longo prazo (p=0,006), e recuperação tardia (p=0,008), fluência verbal (p=0,010) e no Grooved Pegboard tanto para a mão dominante (p=0,019) quanto a não dominante (p=0,008). Os escores de depressão, de estado e traço de ansiedade foram significantemente superiores aos do grupo controle (p<0,001). Os indivíduos com histórico de exposição ao vapor de mercúrio demonstraram redução da velocidade de processamento de informações e déficits de recuperação espontânea de informações verbais, fluência verbal, função motora, além de sintomas de depressão e ansiedade. Os escores altos de depressão e ansiedade são esperados em indivíduos com mercurialismo crônico, mas também podem se associar a problemas psicosociais relacionados ao desemprego. O outro estudo comparou o desempenho neuropsicológico de 19 pacientes diabéticos sem diagnóstico de retinopatia (avaliada através de exame de fundo de olho) e 20 sujeitos controles não diabéticos. Os pacientes têm diabetes há 8,2 ± 8,1 anos, média de hemoglobina glicada (HbA1C) de 7 ± 1,3%, não fazem uso de insulina como tratamento, não manifestam queixas de neuropatia e apresentam valores de microalbuminúria dentro dos limites de normalidade. Nove (47%) são hipertensos. Não foram encontradas diferenças significantes (p<0,05) entre pacientes diabéticos e sujeitos controles em quaisquer medidas realizadas. Os resultados sugerem que o diabetes tipo 2 não se associa diretamente aos déficits neuropsicológicos. Há a possibilidade de que as alterações cognitivas e de humor observadas em pacientes diabéticos do tipo 2 em estudos prévios estejam relacionadas à presença de complicações como retinopatia, hipoglicemia ou neuropatia com sinais clínicos. |