Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Melo Filho, Jamil Torquato de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-07012022-144359/
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Resumo: |
A associação entre Sintomas sem Explicação Médica (SEM) e Transtornos Mentais Comuns (TMC) tem sido discutida, porém são poucos os estudos epidemiológicos no Brasil. Há evidências de que indivíduos com esses quadros clínicos associados geram sobrecarga ao sistema de saúde devido a superutilização para tratamento/enfrentamento de sua condição. A partir de um estudo transversal, objetivou-se estimar a frequência de quatro SEM (cólon irritável, dispepsia, fadiga e tontura) e de TMC do humor e ansiedade, identificando seu padrão de distribuição por variáveis sociodemográficas, determinando as razões de chances (RC) da associação entre eles e estimando a utilização de serviços de saúde por usuários que apresentam/manifestam SEM. A amostra é composta por N=764 indivíduos, uma subamostra, avaliada no âmbito hospitalar, da pesquisa populacional São Paulo Megacity Mental Health Survey (SPMH). Diagnósticos psiquiátricos foram obtidos através da entrevista clínica SCID, gerando diagnósticos pelo DSM-IV. Informações sobre a presença de SEM foram coletadas a partir de escalas validadas em nosso meio, específicas para cada sintoma. As frequências foram mensuradas usando análise de tabulação cruzada controlada por sexo. Modelo de regressão logística multivariável foi usado para determinar as RC da associação dos SEM com TMC tendo, a significância estatística, sido examinada usando o teste de c2 de Pearson por meio do software SAS Enterprise Guide 5.1. Metade da amostra apresentou pelo menos um dos quatro SEM pesquisados (50,2%), sendo mais frequente em mulheres (35,7%); em indivíduos com idade entre 18 e 49 anos (40,6%), a maioria com renda média baixa (15,4%); casados (29,8%) e trabalhadores/estudantes (35,9%). Fadiga foi o sintoma mais frequente (30,5% na amostra total; 22,9% mulheres; 7,5% homens), seguido por dispepsia (26,9%; 19,3% em mulheres e 7,5% em homens), tontura (19,6%; 15% em mulheres e 4,5% em homens), e cólon irritável (5,8%; 4,5% em mulheres e 1,3% em homens). Houve associação de SEM com transtornos depressivos (RC 3,4; IC 95%, 2,4-4,8) e algum transtorno de ansiedade na vida (RC 2,2; IC 95%, 1,5-3,0), com uma relação dose-resposta quanto a quantidade de SEM. O posto ou centro de saúde foi o local mais procurado (28,2%); a maioria dos atendimentos foram feitos por médicos clínico gerais e/ou de família (63,7%) e especialistas (59,6%). Nossos achados confirmam a associação entre SEM e TMC nesta amostra da população geral da maior cidade brasileira, apontando percentuais e descrevendo um perfil sociodemográfico desses indivíduos. Por ser uma parte do processo adoecedor os SEM geram sofrimento emocional e físico, sendo necessária uma abordagem integral incorporada na terapêutica e tratamento. Diante disso, o surgimento de sintomas estaria voltado a busca por legitimação social de seu sofrimento tornando o sujeito um ser individual/únicoMental |